08 de jul 2025
Governo propõe pagamento para palestinos deixarem a Faixa de Gaza em reconstrução
Projeto sigiloso visa transformar Gaza em "Riviera Trump", realocando 500 mil palestinos e prometendo investimentos de US$ 5 bilhões.

Destruição dos edifícios no norte da Faixa de Gaza vista do lado israelense da fronteira (Foto: Amir Cohen/7.jul.25/Reuters)
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Um projeto sigiloso, elaborado por empresários israelenses e consultores do Boston Consulting Group (BCG), propõe transformar Gaza em um polo econômico denominado “Riviera Trump”. A proposta, revelada pelo Financial Times, sugere a realocação de 500 mil palestinos e investimentos de US$ 5 bilhões, com ganhos econômicos projetados de até US$ 324 bilhões.
Detalhes do Projeto
O plano, intitulado “Great Trust”, inclui a criação de ilhas artificiais, zonas de manufatura “inteligente” e um porto de águas profundas. A realocação de 25% da população de Gaza seria majoritariamente permanente, com um custo estimado de US$ 5 bilhões. O projeto foi discutido com membros do governo de Donald Trump em 2020, durante seu primeiro mandato.
Entre os investidores envolvidos estão Liran Tancman e Michael Eisenberg, associados à Fundação Humanitária de Gaza, que é controversa por seu apoio a iniciativas israelenses e americanas. O projeto também prevê a construção de rodovias homenageando líderes da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, além de facilitar o acesso de empresas americanas a recursos naturais da região.
Reações e Negativas
Apesar das conexões com figuras influentes, tanto o Instituto Tony Blair quanto o BCG negaram envolvimento direto no projeto. O Instituto afirmou que seus representantes apenas “acompanharam discussões”, enquanto o BCG repudiou a proposta, alegando que foi conduzida “fora de qualquer escopo ou aprovação” formal.
Essa iniciativa surge em um contexto de crise humanitária em Gaza e reacende críticas à lógica de “reconstrução sem os palestinos”, uma abordagem que tem sido repetidamente rejeitada por lideranças locais. Em fevereiro, Trump já havia sugerido uma retirada em massa de moradores, reiterando uma visão economicista que permeou seu plano de paz fracassado de 2020.


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