09 de jul 2025
Laboratório de paz inovador na Colômbia enfrenta ameaças crescentes
Yésica Méndez pede apoio internacional urgente para proteger produtores do Magdalena Medio diante de ameaças e crise humanitária.

Yésica Méndez, líder social colombiana, fotografada nos jardins da Fundação Juan March em Madrid. (Foto: Pablo Monge)
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A líder social Yésica Méndez busca apoio internacional para proteger os produtores do Magdalena Medio, na Colômbia, onde a Associação Campesina do Vale do Rio Cimitarra (ACVC) enfrenta ameaças de grupos armados e uma grave crise humanitária. A ACVC, que representa cerca de 29.000 pessoas, foi criada há quase 30 anos em resposta a deslocamentos forçados por grupos paramilitares.
Méndez, que se reuniu com representantes de países europeus como Espanha, Noruega, Bélgica e Itália, destaca a necessidade de financiamento para os projetos da ACVC, que atua na defesa da terra e dos direitos humanos. A organização já conseguiu reunir mais de 140 associações de agricultores, mas enfrenta desafios constantes devido à presença de grupos armados, como o ELN e dissidências das FARC, que ameaçam seus líderes.
Recentemente, a ACVC declarou uma crise humanitária após o assassinato de dois líderes comunitários e uma série de ataques na região. A situação é alarmante, com o Magdalena Medio sendo um dos 11 focos de emergência identificados pela Defensoria do Povo da Colômbia. Méndez, que faz parte do Programa Catalão de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, ressalta que a ACVC não se limita a ser uma vítima, mas busca soluções para os problemas enfrentados por comunidades campesinas, afrodescendentes e indígenas.
Projetos e Desafios
A ACVC tem implementado projetos de substituição de cultivos ilícitos, oferecendo alternativas econômicas aos agricultores, como a criação de búfalos e o cultivo de arroz e cereais. No entanto, a reorganização de grupos armados na região ameaça a continuidade dessas iniciativas. A líder social enfatiza que a sustentabilidade dos projetos depende de financiamento e de uma abordagem que considere as necessidades das comunidades.
Além disso, a ACVC enfrenta o problema do recrutamento forçado de menores, com 140 casos documentados em 2025. A criação de uma coordenadora juvenil visa garantir a continuidade da luta pelos direitos humanos e evitar que jovens se juntem a grupos armados. Apesar do cenário desolador, a ACVC acredita que a paz é possível, desde que a sociedade civil tenha um papel ativo no processo.
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