Espanha busca promover uma inteligência artificial solidária na cooperação internacional

O setor de cooperação internacional enfrenta um momento crítico, sendo alvo de críticas por sua ineficácia e resultados questionáveis. A necessidade de reformas nas instituições de cooperação é amplamente reconhecida, e a busca por soluções inovadoras se torna urgente.

Recentemente, a Inteligência Artificial (IA) emergiu como uma ferramenta promissora para revitalizar a cooperação para o desenvolvimento. A Espanha, por exemplo, está desenvolvendo uma estratégia nacional de IA, mas ainda precisa integrar essa tecnologia em sua ação exterior. Projetos inovadores e capacitação em países parceiros devem ser priorizados.

A IA pode transformar a forma como abordamos problemas globais. Sistemas que analisam imagens de satélite podem prever sequências de seca, enquanto algoritmos personalizados podem melhorar a educação em áreas carentes. Além disso, a IA pode diagnosticar doenças como a malária com precisão em regiões remotas, otimizando recursos e processos.

Entretanto, a implementação da IA traz riscos, como a reprodução de preconceitos e a falta de transparência. É crucial estabelecer marcos normativos e práticas responsáveis para garantir que a IA beneficie o desenvolvimento humano. A recente aprovação do Regulamento Europeu de IA é um passo nessa direção, promovendo um modelo ético e sustentável.

A Espanha possui uma base tecnológica sólida, com a criação da Agência Espanhola de Supervisão da IA (AESIA) e investimentos em tecnologia. Contudo, a integração da IA na ação exterior ainda é limitada. Para avançar, é necessário definir uma estratégia de IA para o Desenvolvimento (IA4D), impulsionar projetos inovadores e fomentar a capacitação em países parceiros.

O setor de cooperação tem a oportunidade de injetar nova energia na agenda de desenvolvimento, contribuindo para uma governança responsável da IA. A Espanha deve se posicionar como protagonista em uma IA solidária e responsável, aproveitando a aceleração tecnológica e os desafios geopolíticos atuais.