Política

Evidências ligam políticos do Ceará à facção Guardiões do Estado em investigação da PF

A Polícia Federal investiga desvio de emendas e compra de votos no Ceará. O deputado Júnior Mano estaria financiando campanhas em 50 cidades cearenses. A facção Guardiões do Estado (GDE) tem conexões com a política local. Em Canindé, o prefeito eleito é ligado a Júnior Mano e há suspeitas de compra de votos. A infiltração do crime organizado na política revela a disputa por territórios.

INQUÉRITO - PF apura possível participação de facções em esquema de corrupção no Estado (Foto: Reprodução)

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Um inquérito da Polícia Federal (PF) investiga denúncias de desvio de recursos de emendas parlamentares e compra de votos no Ceará, revelando conexões entre a política local e a facção Guardiões do Estado (GDE). As evidências coletadas indicam um nível preocupante de infiltração do crime organizado na política municipal, embora a extensão dessa relação ainda não esteja totalmente clara. O GDE ganhou notoriedade em 2017, após uma chacina que resultou na morte de 14 pessoas e atualmente controla rotas de tráfico de drogas na região.

As investigações surgiram a partir de suspeitas de que o deputado federal Júnior Mano (PSB) estaria financiando campanhas em 50 cidades do Ceará com recursos desviados. A PF apurou que prefeituras direcionavam licitações para empresas ligadas a amigos do deputado, desviando verbas de obras para campanhas políticas. Em Canindé, a 120 quilômetros de Fortaleza, o grupo de Júnior Mano elegeu o prefeito Professor Jardel (PSB), e a polícia investiga a possível compra de votos no município, com Carlos Alberto de Queiroz Pereira, conhecido como Bebeto do Choró, atuando como agenciador.

Durante as eleições, adversários de Jardel relataram ameaças anônimas, supostamente provenientes de uma mulher ligada ao comitê eleitoral do prefeito, que é associada ao GDE. Documentos da Polícia Militar do Ceará mencionam que essa mulher recebeu um carro de Bebeto do Choró por persuadir familiares a votar em Jardel. O inquérito, que envolve um deputado, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), e Júnior Mano optou por não comentar, alegando que o caso está sob sigilo.

O professor de sociologia Luiz Fábio Silva Paiva, especialista em facções criminosas, destaca que a aproximação entre crime organizado e política é impulsionada pela disputa territorial. Segundo ele, esses grupos não apenas controlam o tráfico de drogas, mas também negócios legais, o que confere a seus membros uma influência significativa nas eleições.

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