22 de jan 2025
Papa Francisco dissolve grupo católico peruano após investigação de abusos ‘sadistas’
O Papa Francisco dissolveu o Sodalitium Christianae Vitae após investigações. Luis Fernando Figari, fundador do grupo, foi expulso por abusos e má gestão. A decisão é inédita, marcando ação contra abusos em organizações católicas. O grupo, fundado em 1971, recrutava jovens de elite e tinha forte influência. Vítimas esperaram anos por justiça, impulsionadas por investigações e publicações.
Foto: Reprodução
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O Papa Francisco decidiu dissolver o Sodalitium Christianae Vitae, um influente grupo católico do Peru, após mais de uma década de alegações de abusos dentro da comunidade, incluindo acusações contra seu fundador, Luis Fernando Figari. A confirmação da dissolução, que envolveu até 20 mil membros na América do Sul e partes dos Estados Unidos, foi feita pelo próprio grupo, enquanto o Vaticano ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão. A notícia foi inicialmente divulgada pelo site Infovaticana, que indicou que a informação central estava correta, mas o Sodalitium não especificou as supostas imprecisões.
A decisão de suprimir uma comunidade religiosa católica é rara e, no caso do Sodalitium, segue tentativas da hierarquia da Igreja de reformar o grupo e uma investigação do Vaticano em 2023 que revelou abusos de poder e espiritualidade. Figari, que já havia sido acusado de abusos sexuais e má gestão financeira, foi expulso da ordem pelo Papa em agosto de 2024, junto com outros dez membros. Um dos expulsos foi acusado de “abuso no exercício do apostolado do jornalismo”, uma acusação incomum.
Vítimas de Figari, que relataram abusos desde a década de 1970, esperam há anos por uma resposta das autoridades da Igreja, tendo apresentado queixas à Arquidiocese de Lima em 2011 e antes. Um marco importante foi o livro “Half Monks, Half Soldiers”, escrito por uma das vítimas, Pedro Salinas, e a jornalista Paola Ugaz, que expôs os abusos e a influência do Sodalitium. Ugaz afirmou que a decisão do Papa é “sem precedentes”, sendo a primeira vez que uma organização católica que abusou de seus membros e cometeu irregularidades financeiras foi suprimida.
Fundado em 1971, o Sodalitium buscou recrutar jovens de escolas católicas de elite e famílias influentes, sendo também uma resposta política ao crescimento da teologia da libertação na América Latina. Salinas descreveu a ideologia do grupo como uma mistura de “religião católica com ideias fascistas”, enquanto a investigação de 2017 caracterizou Figari como “vulgar, vingativo e manipulador”, revelando que abusos sexuais, físicos e psicológicos ocorreram dentro da ordem.
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