23 de jan 2025
Justiça condena motorista a 12 anos por atropelar e matar a ciclista Marina Harkot em SP
José Maria da Costa Júnior foi condenado a 13 anos por atropelar Marina Harkot. O julgamento durou 11 horas e ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda. A defesa do réu anunciou intenção de recorrer da decisão em liberdade. Marina Harkot, socióloga e cicloativista, tinha 28 anos e defendia o uso de bicicletas. O caso gerou mobilizações pela justiça e destaca a impunidade no trânsito.
Familiares de Marina Harkot promovem ato durante o julgamento de homem que atropelou e matou a ciclista em São Paulo. (Foto: Guilherme Queiroz/O Globo)
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Amigos e familiares da socióloga Marina Harkot, que faleceu em um atropelamento em 2020, realizaram uma vigília em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda durante o julgamento do empresário José Maria da Costa Júnior nesta quinta-feira (23). Marina, de 28 anos, foi atropelada enquanto pedalava na Avenida Paulo VI, e a investigação indicou que Costa Júnior estava sob efeito de álcool e fugiu sem prestar socorro. O pai de Marina, Paulo Harkot, expressou indignação pela demora do julgamento, que levou quatro anos, e ressaltou o impacto da perda da filha na sociedade.
Na madrugada de sexta-feira (24), Costa Júnior foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado por homicídio doloso qualificado, além de um ano por embriaguez ao volante e omissão de socorro. A juíza Isadora Botti Beraldo Moro proferiu a sentença após um julgamento que durou 11 horas, onde a maioria dos jurados considerou que o réu assumiu o risco de matar ao dirigir alcoolizado e em alta velocidade. Apesar da condenação, ele poderá recorrer em liberdade.
O julgamento, que começou na tarde de quinta-feira, contou com o depoimento de sete testemunhas, incluindo a policial que socorreu Marina. A defesa de Costa Júnior tentou argumentar que ele não estava embriagado e que não havia intenção de matar, mas a acusação apresentou evidências de que ele havia consumido álcool antes do acidente e estava a 93 km/h em uma via com limite de 50 km/h. A defesa criticou a apresentação de fotos do corpo de Marina durante o julgamento, alegando que isso influenciou a decisão dos jurados.
Marina Harkot era uma pesquisadora e cicloativista, e sua morte gerou protestos e mobilizações em defesa dos direitos dos ciclistas. Seus familiares criaram o projeto "Pedale como Marina" para promover a conscientização sobre segurança no trânsito e a importância do uso da bicicleta. O caso de Marina continua a repercutir, com dados do Observatório da Impunidade no Trânsito indicando que, em 2020, 33 ciclistas foram mortos em São Paulo, e até agosto de 2023, já eram 21 mortes semelhantes.
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