24 de jan 2025
Governo proíbe pagamento em criptomoedas por coleta de íris no Brasil
A ANPD suspendeu a oferta de criptomoedas pela Tools for Humanity no Brasil. A medida visa proteger o consentimento dos usuários na coleta de dados biométricos. Mais de 400 mil brasileiros participaram do projeto, atraídos pela compensação financeira. A empresa, cofundada por Sam Altman, busca criar um passaporte digital baseado na íris. A suspensão reflete preocupações globais sobre privacidade e uso de dados sensíveis.
Fila para registrar a íris em São Paulo (Foto: Karime Xavier - 16.jan.2024/Folhapress)
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A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) suspendeu, a partir de 25 de janeiro, a oferta de criptomoedas pela startup Tools for Humanity (TfH) em troca do registro da íris dos brasileiros. A medida foi tomada após a análise de que a compensação financeira poderia comprometer o consentimento livre e informado dos usuários, conforme estipulado pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A TfH, cofundada por Sam Altman, criador do ChatGPT, já registrou mais de 400 mil pessoas em São Paulo desde o início do projeto em novembro de 2023.
A TfH oferece a criptomoeda Worldcoin como recompensa pelo registro da íris, com um valor total que pode chegar a R$ 650 ao longo de um ano. A ANPD argumentou que a oferta de pagamento pode influenciar a decisão dos indivíduos em relação à disposição de seus dados biométricos, especialmente em casos de vulnerabilidade econômica. A empresa deve também indicar em seu site quem é o encarregado pelo tratamento de dados pessoais, conforme exigido pela legislação.
O projeto World visa criar uma identidade digital que diferencie humanos de robôs, utilizando a leitura da íris como método de autenticação. A TfH planeja expandir suas operações para outras cidades brasileiras, mas enfrenta desafios relacionados à infraestrutura e à qualidade do serviço. A empresa já testou um modelo de registro por delivery na Argentina, mas não há planos concretos para implementá-lo no Brasil.
A ANPD já havia iniciado um processo de fiscalização em novembro de 2023, e a decisão de suspender a oferta de criptomoedas é a segunda medida preventiva aplicada pela agência. A TfH, que continua operando em outros países, como Alemanha e Polônia, afirmou estar em conformidade com as leis brasileiras e que está em contato com a ANPD para resolver as questões levantadas.
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