29 de jan 2025
Kenia Soares Maia revela os traumas da ditadura: ‘Meu pai nunca mais conseguiu se encontrar’
Kenia Soares Maia, psicóloga, é filha de Vital Cardoso, torturado na ditadura. Vital foi preso em 1970 e enfrentou vigilância até sua morte aos 42 anos. Kenia integra o coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça. Ela teme um novo golpe militar e destaca o filme "Ainda Estou Aqui". A história de Vital ilustra o impacto duradouro da repressão sobre as famílias.
Kenia com o pai, Vital: ela só se reconheceu como uma pessoa afetada pela ditadura anos mais tarde (Foto: Arquivo pessoal)
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Kenia Soares Maia, psicóloga de 51 anos, reflete sobre os impactos da ditadura militar no Brasil em sua vida, revelando como a tortura de seu pai, Vital Cardoso de Souza, moldou sua infância. Vital, preso e torturado em 1970, foi acusado de colaborar com opositores do regime. Kenia, que só conheceu a história de seu pai na adolescência, descreve a dor de crescer com lacunas sobre sua vida e a sensação de que uma parte dele ficou perdida na tortura.
A psicóloga destaca que, apesar de Vital ter sido solto, ele viveu sob vigilância militar por mais de uma década e morreu jovem, aos 42 anos, devido a um infarto. Kenia acredita que sua história ilustra a eficácia da política de silenciamento das vítimas da ditadura. Ela buscou informações no Arquivo Nacional para entender melhor o que ocorreu com seu pai, refletindo sobre as consequências emocionais de não saber sua história.
Após descobrir a verdade, Kenia passou a temer um novo golpe militar, experimentando pânico em situações que a lembravam da tortura. Ela faz parte do coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça, que reúne familiares de vítimas da ditadura, buscando acolhimento e reivindicando seus direitos. Para ela, o filme "Ainda Estou Aqui", que retrata a história de Rubens Paiva, é um reconhecimento das dores das famílias, mas a luta por memória e justiça deve ser contínua.
Kenia enfatiza que as famílias que sofreram com a repressão militar carregam traumas profundos, e a falta de diálogo sobre esses eventos adoece as pessoas. A busca por justiça e a preservação da memória são essenciais para que as novas gerações compreendam o passado e evitem que a história se repita.
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