Moraes arquiva pedido do PSOL para investigar Tarcísio por suposta ligação com golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu arquivar um pedido do PSOL para investigar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em relação a uma suposta tentativa de golpe de Estado. O pedido foi apresentado pela Bancada Feminista do PSOL, que alegou que Tarcísio esteve no Palácio da Alvorada no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro discutiu medidas golpistas, conforme apurado pela Polícia Federal (PF). Moraes acolheu o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que não viu necessidade de investigação.

Os registros de entrada no Alvorada indicam que Tarcísio esteve no local em 19 de novembro de 2022, das 17h19 às 19h16. Naquele dia, o então assessor presidencial Filipe Martins se reuniu com Bolsonaro para discutir uma suposta "minuta de golpe de Estado". A PGR, representada pelo procurador-geral Paulo Gonet, afirmou que não havia evidências que ligassem Tarcísio à reunião ou à articulação golpista, destacando que a representação não apresentou fatos concretos que justificassem a investigação.

A decisão de Moraes foi baseada na manifestação da PGR, que já havia se posicionado contra a inclusão do governador no inquérito. Gonet ressaltou que a informação sobre a visita de Tarcísio ao Alvorada era de conhecimento do relator do caso e que não havia novas circunstâncias que justificassem a adoção de providências. A assessoria de Tarcísio negou sua participação na reunião com Martins e não esclareceu a pauta do encontro.

Além disso, Tarcísio não fez publicações em suas redes sociais no dia da visita ao Alvorada, ao contrário de outras datas em que postou fotos com Bolsonaro. A decisão de arquivamento foi formalizada por Moraes, que reiterou a falta de elementos que indicassem a participação do governador em qualquer tentativa de golpe.