Trump suspende lei de combate à corrupção que impactava fornecedores da Tesla

A suspensão da aplicação da Lei de Práticas Corruptas no Exterior (FCPA) pelo presidente Donald Trump foi anunciada em um decreto que destaca a importância de vantagens comerciais estratégicas para a segurança nacional dos EUA. A FCPA, que proíbe o suborno de funcionários estrangeiros, já resultou em acordos que totalizam mais de R$ 1,5 bilhão com empresas fornecedoras da Tesla, liderada pelo aliado de Trump, Elon Musk. O decreto menciona especificamente a dependência de minerais críticos e portos em águas profundas, essenciais para a produção de baterias elétricas.

Trump ordenou que a Procuradora Geral Pam Bondi suspendesse, por 180 dias, novas investigações e ações de aplicação da FCPA, a menos que exceções fossem determinadas. Ele também solicitou uma revisão das investigações existentes e a análise de casos anteriores para identificar possíveis abusos na aplicação da lei. Entre os casos a serem revisados, estão pelo menos quatro que envolvem fornecedores da Tesla, embora não estejam diretamente relacionados à empresa.

A FCPA é considerada um padrão ouro em legislações anticorrupção e tem sido adotada globalmente. No entanto, Trump argumentou que a lei foi "sistematicamente esticada além dos limites adequados", prejudicando os interesses dos EUA. O impacto dessa suspensão pode ser significativo, especialmente para a Tesla, que depende de fornecedores como a Glencore, que pagou mais de R$ 1,1 bilhão em multas por violações da FCPA.

Além de sua posição na Tesla, Musk também lidera iniciativas controversas na Casa Branca, incluindo a Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que visa reduzir gastos e regulamentações federais. A influência de Musk no governo é notável, especialmente após sua contribuição de quase R$ 300 milhões para a campanha de Trump em 2024, solidificando seu papel como um dos principais conselheiros do presidente.