Advogada de ex-cartola pede absolvição e classifica beijo como gesto 'incontrolável'

A advogada de Luis Rubiales, ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol, solicitou nesta quinta-feira a absolvição de seu cliente no julgamento referente ao beijo forçado na jogadora Jenni Hermoso durante as comemorações da Copa do Mundo. Em suas alegações, a defensora Olga Tubau reconheceu que o beijo foi inapropriado, mas argumentou que não deve ser considerado crime, descrevendo-o como uma "manifestação de alegria incontrolável".

Tubau questionou a consistência do depoimento de Hermoso, citando que a jogadora fez "piadas" sobre o beijo logo após o incidente, o que, segundo ela, não condiz com o sofrimento típico de vítimas de agressão. Essa afirmação gerou críticas nas redes sociais, onde muitos ressaltaram que as reações das vítimas podem variar amplamente. O processo, iniciado em fevereiro, visa determinar se Rubiales cometeu agressão sexual e coação, após o beijo em agosto de 2023 em Sydney.

A promotora do caso, que pede dois anos e meio de prisão para Rubiales, defendeu Hermoso, afirmando que não há dúvidas sobre a natureza não consensual do beijo. Além de Rubiales, o ex-técnico da seleção feminina, Jorge Vilda, e dois ex-dirigentes da RFEF, Rubén Rivera e Albert Luque, também enfrentam acusações, mas apenas por coação, com a promotoria solicitando dezoito meses de prisão para eles.

O julgamento prosseguirá na sexta-feira, com as conclusões dos advogados dos outros réus. A expectativa é que a defesa apresente argumentos que possam influenciar a decisão do tribunal sobre as acusações em questão.