20 de fev 2025
Mauro Cid muda depoimento e envolve Braga Netto em plano golpista no STF
Mauro Cid revelou que o general Braga Netto buscou financiamento do agronegócio para ações golpistas. Cid afirmou que Bolsonaro pressionou o então ministro da Defesa a alterar relatório sobre fraudes eleitorais. O sigilo dos vídeos da delação de Cid foi derrubado, aumentando a transparência do caso. O advogado de Bolsonaro anunciou planos para anular a delação de Cid, questionando sua validade. A delação de Cid é crucial para investigações sobre tentativas de golpe e a integridade da democracia.
Foto: Reprodução
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Na última audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid alterou sua versão sobre uma reunião com o ex-ministro da Casa Civil, Braga Netto. Cid afirmou que o general buscava ações que gerassem "caos" para justificar a decretação de estado de sítio. A audiência foi convocada pelo ministro Alexandre de Moraes após a Polícia Federal (PF) descobrir documentos que indicavam planos de assassinato contra o presidente Lula e outras autoridades. Cid, que já havia sido intimado anteriormente, foi pressionado a esclarecer seu envolvimento na trama golpista.
Moraes, logo no início da audiência, enfatizou a necessidade de Cid explicar o papel de autoridades na tentativa de golpe. Durante o depoimento, Cid revelou que a reunião em 12 de novembro de 2022 discutiu a criação de um "caos" para que o então presidente Jair Bolsonaro pudesse assinar um decreto que impediria a posse de Lula. Inicialmente, Cid havia minimizado a reunião, mas agora confirmou que o encontro tinha um caráter conspiratório. Ele também mencionou que Braga Netto teria buscado recursos para financiar essa trama.
Além disso, Cid relatou que Bolsonaro pressionou o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, a elaborar um relatório que indicasse fraude nas eleições de 2022, apesar de não haver evidências que sustentassem essa alegação. O ex-ajudante de ordens afirmou que o relatório final não apontou irregularidades, mas Bolsonaro queria que o documento sugerisse o contrário. A pressão para acelerar a produção do relatório foi uma constante, segundo Cid.
O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, anunciou que pedirá a anulação da delação de Cid, alegando inconsistências nas declarações do delator. Ele criticou a condução de Moraes durante as audiências e questionou a validade do acordo de delação, especialmente após Cid ter mudado sua versão em diferentes depoimentos. A Procuradoria-Geral da República utilizou partes da delação para formalizar denúncias contra Bolsonaro e outros envolvidos na tentativa de golpe.
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