Menores de idade e adultos são acusados de abusar sexualmente de jovem na Índia por cinco anos

Uma jovem de 18 anos, filha de trabalhadores rurais de uma comunidade marginalizada na Índia, revelou ter sido sexualmente abusada por um vizinho quando tinha apenas 13 anos. O caso veio à tona após a garota relatar a um conselheiro em sua faculdade, em Kerala, que foi manipulada e forçada a sofrer abusos por 58 homens e meninos ao longo de cinco anos. As investigações da polícia indicam que o agressor inicial filmou os abusos e usou as imagens para chantageá-la. Entre os acusados estão colegas de escola, parentes e vizinhos, com idades variando de adolescentes a homens na casa dos 40 anos.

As autoridades ainda não apresentaram acusações formais, e os 58 suspeitos permanecem detidos. A violência contra mulheres é um problema grave na Índia, exacerbado por um contexto de sexismo e patriarcado. Embora casos de abuso tenham gerado protestos em outras situações, como o assassinato de uma médica em Kolkata, a reação ao caso da jovem Dalit foi contida, refletindo a discriminação enfrentada por sua comunidade, que ocupa a base do sistema de castas hindu.

O abuso começou com o vizinho que molestou a garota e gravou vídeos explícitos. Muitos dos agressores prometeram casamento, enquanto outros a ameaçaram. A maioria dos abusos ocorreu em espaços privados e públicos, com alguns homens forçando a jovem a viajar para fora de sua vila. A comunidade, predominantemente composta por trabalhadores de baixa renda, reagiu de forma mista, com algumas mulheres criticando a vítima e defendendo os acusados.

A situação das mulheres Dalit é particularmente vulnerável, com muitas vivendo em condições precárias e sem recursos. Dados indicam que mais de 98% dos agressores conhecidos são próximos da vítima. Em 2022, foram registrados 4.241 casos de abuso sexual contra mulheres de castas oprimidas na Índia. Apesar do aumento na denúncia de casos de abuso infantil, a cultura de impunidade e o estigma social dificultam a busca por justiça. A jovem agora recebe apoio em um abrigo, enquanto a polícia se comprometeu a dedicar recursos significativos ao caso, que pode levar anos para ser resolvido nos tribunais.