02 de mar 2025
Julgador que paralisou obras de El Algarrobico fala sobre a polêmica e sua decisão histórica
O juiz Jesús Rivera concedeu entrevista após 19 anos sobre o caso do hotel. A construção do hotel em El Algarrobico é considerada ilegal desde 2006. A obra permanece em pé devido à falta de revisão da licença concedida em 2003. Rivera destaca a pressão política, mas afirma que agiu conforme a lei. O caso simboliza a luta contra a especulação imobiliária e a proteção ambiental.
"El magistrado Jesús Rivera, a mediados de fevereiro na Real Chancillería de Granada, sede do Tribunal Superior de Justiça da Andaluzia. (Foto: Fermín Rodríguez)"
Ouvir a notícia:
Julgador que paralisou obras de El Algarrobico fala sobre a polêmica e sua decisão histórica
Ouvir a notícia
Julgador que paralisou obras de El Algarrobico fala sobre a polêmica e sua decisão histórica - Julgador que paralisou obras de El Algarrobico fala sobre a polêmica e sua decisão histórica
Jesús Rivera, juiz de Almería, que em 2006 decidiu pela paralisação cautelar das obras do hotel de El Algarrobico, finalmente aceitou falar sobre o caso que se tornou emblemático na Espanha. Com 67 anos, ele resistiu a dar entrevistas devido ao processo judicial em andamento. A decisão que tomou, em 21 de fevereiro de 2006, foi baseada em um pedido de uma associação ecologista, que alegou que a construção invadia a servidão de proteção da costa, estabelecida em 100 metros. O hotel, situado a apenas 14 metros da linha de maré, foi considerado ilegal.
Rivera recorda que, ao analisar o pedido, percebeu a gravidade da situação, especialmente após receber um laudo técnico que confirmava a ilegalidade da construção no Parque Natural Cabo de Gata-Níjar. Ele destacou que, se não fosse pela sua decisão, o hotel estaria em funcionamento atualmente. O juiz também mencionou que, apesar de sua decisão, a construção continuou em pé devido a uma licença ainda vigente, emitida em 2003, que não foi revisada pelas autoridades competentes.
O caso ganhou notoriedade internacional, em parte devido ao envolvimento da Greenpeace, que o utilizou como símbolo da especulação imobiliária. Rivera, que não se considera parte de nenhuma associação profissional, expressou que se sentiu apoiado por grupos ecologistas, mas não pressionado por políticos. Ele acredita que a proteção ambiental deve ser priorizada em relação à criação de empregos, afirmando que a justificativa de empregos não pode ser usada para justificar danos ao meio ambiente.
Rivera concluiu que, embora o hotel continue de pé, a consciência ambiental na sociedade atual é maior, e não acredita que um caso semelhante ocorra hoje. Ele também revelou que nunca havia concedido entrevistas sobre o caso antes, pois estava sub judice, mas agora se sente satisfeito por ter tomado a decisão correta, reiterando que a proteção do meio ambiente é um legado importante para as futuras gerações.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.