Bolsonaro critica STF por 'julgamento relâmpago' e teme envenenamento na prisão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou sua insatisfação com o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o foro privilegiado, afirmando que as regras mudaram "no meio do jogo". Ele criticou a decisão que permite que investigações contra autoridades continuem no STF mesmo após deixarem seus cargos, o que impacta diretamente seu caso, onde é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022. A Primeira Turma do STF iniciará a análise da denúncia contra Bolsonaro no dia 25 de março, e se acatada, ele se tornará réu.

Durante uma entrevista ao podcast Flow, Bolsonaro afirmou que o processo contra ele está sendo conduzido de forma apressada e comparou sua situação à de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Operação Lava-Jato. Ele também reclamou do tempo limitado para sua defesa se manifestar e da dificuldade em acessar provas. O ex-presidente negou qualquer envolvimento em discussões sobre um golpe e disse que soube dos eventos de 8 de janeiro de 2023 apenas quando já estavam em andamento.

Bolsonaro também comentou sobre sua segurança, afirmando temer ser envenenado caso seja preso, e comparou sua trajetória à de Donald Trump, ressaltando que não acredita que morrerá na prisão. Ele expressou a convicção de que sua prisão seria uma tentativa de silenciá-lo, afirmando que "não é de interesse" que ele seja visto encarcerado.

Além disso, o ex-presidente criticou a celeridade do processo judicial contra ele, insinuando que isso se deve à sua popularidade nas pesquisas para as eleições de 2026, apesar de estar inelegível. Ele comparou sua situação à de Trump, que enfrentou acusações que demoraram anos para serem formalizadas. O julgamento da denúncia contra Bolsonaro será realizado pela Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros.