Política

Irã intensifica vigilância sobre uso do hijab com drones e reconhecimento facial, revela ONU

O Irã intensificou a vigilância sobre o hijab com drones e reconhecimento facial. Relatório da ONU destaca repressão a manifestantes após morte de Mahsa Amini. Dez homens foram executados; outros 14 estão em risco de execução iminente. Tecnologia digital é usada para silenciar dissidências e controlar narrativas. Aplicativo Nazer permite denúncias de mulheres sem hijab em transporte público.

Mulheres compram roupas íntimas no Grande Bazar em Teerã, em 3 de março de 2025. (Foto: Atta Kenare/AFP)

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O regime teocrático do Irã intensificou o uso de tecnologias como reconhecimento facial, drones e aplicativos para monitorar o uso do hijab pelas mulheres. Um relatório da ONU, divulgado na sexta-feira, destaca a modernização das táticas de vigilância e a repressão a dissidências, especialmente após os protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, em setembro de 2022. A Missão Internacional Independente de Investigação de Fatos da ONU revelou que o governo iraniano implementou um sistema de vigilância "patrocinado pelo Estado", visando "sufocar a dissidência" e criar um ambiente de medo.

O relatório documentou o uso de drones em Teerã e no sul do país, em abril de 2024, para verificar a conformidade das mulheres com as normas do hijab. A integrante da missão, Shaheen Sardar Ali, destacou um "aumento assustador da vigilância" por meio de tecnologias intrusivas, que monitoram o vestuário feminino. A repressão após a morte de Mahsa Amini resultou em protestos massivos e uma resposta violenta do governo, com o relatório anterior da ONU classificando as ações como graves violações de direitos humanos.

Sara Hossain, presidente da missão, expressou preocupação com a "criminalização, vigilância e repressão contínua" de manifestantes e suas famílias, especialmente mulheres e meninas. O novo relatório indica que dez homens foram executados em conexão com os protestos, enquanto outros quatorze permanecem sob risco de execução. Com a coleta de 38 mil itens de evidência e entrevistas com 285 vítimas, a missão concluiu que o Estado utiliza ferramentas digitais para restringir a liberdade de expressão e controlar narrativas.

Um exemplo do uso de tecnologia é o aplicativo Nazer, que permite aos usuários registrar informações sobre mulheres vistas sem hijab, incluindo em veículos de transporte público. O relatório também menciona o confisco de veículos de mulheres por supostas violações das leis de vestimenta, evidenciando a extensão da vigilância estatal. O relatório oficial será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos na próxima terça-feira.

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