Eduardo Bolsonaro pede licença temporária e se afasta da Câmara para ficar nos EUA

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou, em 18 de fevereiro de 2024, que se licenciará temporariamente de seu mandato para permanecer nos Estados Unidos. Ele justifica a decisão alegando sofrer perseguição por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio ocorre uma semana antes de a Corte decidir sobre a denúncia contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe.

Eduardo não especificou a duração da licença, e a Câmara dos Deputados ainda não foi oficialmente notificada. O parlamentar mencionou em entrevistas a possibilidade de solicitar asilo político nos EUA, uma vez que seu visto atual expira em 90 dias. De acordo com o regimento interno da Câmara, as licenças podem ser concedidas em quatro situações, sendo a de Eduardo classificada como "interesse particular", sem remuneração e com limite de 120 dias por sessão legislativa.

A licença deve ser solicitada formalmente ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que decidirá sobre a concessão. A convocação de um suplente, no caso de afastamentos superiores a 120 dias, não se aplica neste momento. O suplente de Eduardo é Missionário José Olímpio, que obteve 62 mil votos nas eleições de 2022.

Desde o final de fevereiro, Eduardo tem estado nos EUA, onde intensificou suas visitas após a posse de Donald Trump. Ele busca apoio de políticos conservadores para denunciar o que considera excessos do Judiciário brasileiro em relação a seu pai e aos eventos de 8 de janeiro de 2023. Atualmente, ele se divide entre Flórida, Texas e Washington, com expectativa de se estabelecer na capital americana para facilitar o contato com autoridades.