Parlamento de Israel aprova lei que submete juízes ao controle político de Netanyahu

Israel enfrenta um momento crítico com o agravamento de duas guerras: a escalada no conflito em Gaza e a turbulência política interna. O número de mortos em Gaza já ultrapassa 50.208, após a retomada dos bombardeios israelenses. Recentemente, o exército israelense atacou e matou o porta-voz do Hamas, Abdelatif al Qanoua. Internamente, a situação se intensifica com protestos contra o primeiro-ministro Benjamín Netanyahu, que enfrentou um boicote da oposição durante a votação de uma reforma judicial considerada um golpe contra a independência do Judiciário.

A nova legislação, aprovada com 67 votos a favor e um contra, altera a composição do conselho que seleciona juízes, permitindo que a política tenha maior influência nas nomeações. A oposição, liderada por figuras como Yair Lapid e Benny Gantz, promete revogar a lei, que, segundo eles, submete os juízes à vontade dos políticos, enquanto questões como a libertação de reféns em Gaza são deixadas de lado. O ministro da Justiça, Yariv Levin, defende a reforma como uma forma de equilibrar o poder entre o Judiciário e o Executivo.

A aprovação da lei ocorre em um contexto de crescente insatisfação popular, com manifestações que criticam tanto Netanyahu quanto o Hamas. A situação é ainda mais complexa com a guerra em Gaza, onde a ofensiva militar continua, resultando em mais mortes. A Media Luna Vermelha relatou a desaparição de membros de suas equipes em Gaza, enquanto a tensão se intensifica com ataques de grupos armados em resposta aos bombardeios israelenses.

Além disso, a segurança em Israel foi comprometida com o lançamento de mísseis do Iémen, reivindicados pelos hutíes, que foram interceptados pelas defesas aéreas israelenses. A escalada de violência e a instabilidade política colocam Israel em uma encruzilhada, com a população dividida e a pressão sobre o governo aumentando, enquanto Netanyahu tenta consolidar seu poder em meio a uma crise sem precedentes.