18 de abr 2025
Luiz Fernando Corrêa e Alessandro Moretti prestam depoimento sobre espionagem na Abin
Diretores da Abin prestam depoimento à PF sobre espionagem ilegal durante governo Bolsonaro, revelando tensões internas e possíveis obstruções.
Luiz Fernando Corrêa em sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
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PF ouve diretores da Abin em investigação sobre espionagem ilegal
Diretores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa e Alessandro Moretti, prestaram depoimento à Polícia Federal (PF) em Brasília nesta quinta-feira (17), no âmbito de um inquérito sobre suposto esquema de espionagem ilegal durante o governo Jair Bolsonaro. Os depoimentos, que duraram mais de cinco horas no total, investigam a atuação da chamada “Abin paralela” e possíveis obstruções às investigações.
Corrêa, atual diretor-geral da Abin, e Moretti, ex-diretor-adjunto, foram ouvidos simultaneamente em salas separadas, procedimento comum em investigações para evitar interferências. A PF apura se integrantes da cúpula da agência, indicados tanto no governo Bolsonaro quanto no governo Lula, interferiram ou prejudicaram o acesso a dados relevantes para as investigações.
Suspeitas de espionagem de autoridades paraguaias
Além da atuação da “Abin paralela”, os investigadores também questionaram os depoentes sobre relatos de espionagem indevida de autoridades paraguaias. O suposto monitoramento ocorreu entre junho de 2022 e março de 2023, durante as negociações sobre a usina de Itaipu, gerando tensão diplomática entre os dois países.
O caso foi levado ao conhecimento do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que convocou Luiz Fernando Corrêa e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, para uma reunião de checagem de informações. O diretor-geral da Abin afirmou estar à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sobre os fatos.
Investigação e pressão interna na Abin
A investigação da PF sobre a “Abin paralela” apura o uso ilegal da agência para monitorar autoridades, jornalistas e advogados durante o governo Bolsonaro, com o objetivo de proteger os filhos do ex-presidente em casos judiciais e disseminar informações falsas. A PF também investiga se a atual gestão da Abin obstruiu as investigações sobre o caso.
A situação gerou pressão interna na Abin, com servidores planejando pedir a exoneração de Corrêa, alegando que ele não defende os interesses do órgão e questionando suas escolhas para a equipe. A Intelis, associação que representa os servidores da agência, prepara uma carta com as demandas.
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