26 de abr 2025
Jovens resgatam ideais dos anos cinquenta em discurso reacionário nas redes sociais
A nostalgia por valores dos anos cinquenta ressurge nas redes sociais, impulsionada por jovens influenciadores que promovem o movimento das "tradwifes". Essa tendência desafia conquistas femininas recentes, propondo um retorno a papéis de gênero tradicionais. O fenômeno reflete uma onda reacionária global, onde a rebeldia se manifesta em discursos conservadores, questionando a emancipação feminina e a liberdade sexual. Dados mostram que a proposta de retorno a um modelo de mulher submissa contrasta com a realidade das novas gerações, que buscam autonomia e liberdade.
Uma mãe e suas três filhas durante a merenda, em mil novecentos e cinquenta e seis. (Foto: Camerique/GETTY IMAGES)
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As redes sociais têm se tornado um espaço de nostalgia por épocas passadas, especialmente os anos cinquenta, promovida por jovens influenciadores. Esse fenômeno reflete uma onda reacionária global, onde valores tradicionais estão sendo ressignificados.
O movimento das "tradwifes" ganha força entre a juventude, propondo um retorno a papéis de gênero mais conservadores. Essa tendência desafia as conquistas femininas recentes, sugerindo que o ideal de uma mulher realizada está ligado ao cuidado do lar e à submissão ao marido.
Dados de pesquisas indicam que essa proposta representa um retrocesso significativo nas liberdades femininas. A pesquisa do Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS) revela que a maioria das mulheres nascidas após mil novecentos e oitenta e cinco já teve mais de cinco parceiros sexuais, enquanto as mulheres nascidas antes de mil novecentos e sessenta frequentemente tinham apenas um.
A "machosfera", rede de influenciadores antifeministas, reforça estereótipos de gênero, onde um "homem de valor" é aquele com múltiplas parceiras, enquanto uma "mulher de valor" deve se restringir a um único parceiro. Essa dinâmica evidencia uma regressão em relação às conquistas de igualdade de gênero.
O discurso das tradwifes, embora apresentado como uma forma de libertação, é visto como uma tentativa de retorno a um passado que muitas mulheres já superaram. Pesquisas mostram que a maioria das mulheres não deseja abrir mão de sua autonomia sexual e profissional.
Esse movimento reacionário, que se apresenta como uma nova forma de rebeldia, pode encontrar limites diante da resistência das mulheres que buscam manter suas conquistas. A análise sugere que a nostalgia por um passado idealizado pode não ressoar com a realidade atual das novas gerações.
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