Trump intensifica repressão à imigração com prisão de juíza em Wisconsin

O governo Trump intensificou sua ofensiva contra a imigração ilegal com a prisão da juíza Hannah Dugan, ocorrida na manhã de sexta-feira, 25. A juíza, do estado de Wisconsin, é acusada de obstruir a justiça ao ajudar um imigrante indocumentado a evitar a prisão. Essa ação gerou críticas de especialistas e legisladores, que a veem como uma tentativa de intimidação ao Judiciário.

Dugan, que enfrentava um caso de violência doméstica em sua corte, teria orientado o réu, Eduardo Flores-Ruiz, a sair por uma porta não pública para escapar da ação de agentes de imigração. Flores-Ruiz, um mexicano que já havia sido deportado em 2013, foi preso logo após deixar o tribunal. A prisão da juíza é considerada uma escalada nas tensões entre o Executivo e o Judiciário, com o governo Trump atacando juízes que se opõem a suas políticas.

A secretária de Justiça, Pam Bondi, afirmou que o governo não tolerará juízes que obstruem a justiça. Ela sugeriu que Dugan e outros juízes estão "acima da lei". Especialistas jurídicos questionam a legitimidade das acusações, considerando-as uma possível sobrecarga processual. O caso de Dugan não é isolado; em 2019, uma juíza de Massachusetts enfrentou acusações semelhantes, que foram posteriormente retiradas.

A prisão de Dugan levanta preocupações sobre a separação de poderes nos Estados Unidos. O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, classificou a prisão como um ataque à independência judicial, prometendo resistência a essa prática. A situação reflete um clima de crescente tensão entre o governo e o Judiciário, com implicações significativas para a política de imigração e a autonomia judicial no país.