28 de abr 2025
STF determina lacração de celulares em julgamento e gera polêmica entre advogados
STF lacra celulares de advogados e jornalistas em julgamento, gerando críticas da OAB e levantando preocupações sobre abuso de poder.
O ministro Cristiano Zanin em sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a presidência do ministro Luis Roberto Barroso (Foto: Pedro Ladeira - 27.nov.25/Folhapress)
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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu lacrar celulares de advogados e jornalistas durante o julgamento de denúncias contra integrantes do governo Bolsonaro, gerando críticas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O ministro Cristiano Zanin afirmou que a medida foi excepcional e consensual, visando assegurar a liturgia da Corte e o cumprimento de uma decisão anterior que proibia a filmagem de um dos denunciados.
Na última terça-feira, durante o julgamento do núcleo da trama golpista, todos os presentes foram obrigados a entregar seus celulares, que foram lacrados e devolvidos em envelopes. A OAB, em nota, considerou a ação abusiva e sem justificativa legal, destacando que o uso de celulares é uma prerrogativa da advocacia. O presidente da OAB-SP, Leonardo Sica, criticou a medida, afirmando que nunca houve restrições semelhantes em julgamentos anteriores, como no mensalão e na Lava Jato.
Zanin se reuniu com representantes da OAB para discutir a questão e indicou que a medida pode não ser repetida em futuros julgamentos. A OAB e outras entidades jurídicas expressaram preocupação com o precedente de abuso de poder que a decisão pode criar, permitindo que juízes em todo o país adotem medidas semelhantes sem justificativa legal clara.
O presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), Guilherme Carnelós, também criticou a decisão, afirmando que a lacração dos celulares é uma péssima sinalização do STF à advocacia. Ele ressaltou que a proibição de gravações deve ser baseada em legislação específica, e não em interpretações arbitrárias. A Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) também se manifestou, defendendo que restrições devem ser fundamentadas e respeitar os direitos da classe.
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