29 de abr 2025
Laudo necroscópico de jovem morto pela PM apresenta falhas e gera revolta na família
Laudo necroscópico de jovem morto pela PM é considerado incompleto e gera revolta. Defesa estuda exumação para reabrir investigação.
A sede do Instituto Médico Legal (IML) em Praia Grande, no litoral paulista; o médico-legista da unidade deixou centenas de laudos cadavéricos pendentes de entrega. (Foto: Danilo Verpa - 31.jul.23/Folhapress)
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A auxiliar de serviços gerais Regina Pereira de Oliveira, de 53 anos, aguarda há onze meses o laudo necroscópico de seu filho, João Lucas Pereira de Oliveira Muniz, de 21 anos, morto durante uma operação policial em março de 2024, em São Paulo. A família contesta a versão oficial, que afirma que João Lucas estava armado.
O laudo, entregue pelo Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande, foi considerado insatisfatório por Regina. Informações essenciais estavam ausentes, como medidas do corpo, análise das perfurações e descrição das vestes. Além disso, não havia fotos do corpo ou um croqui da trajetória dos disparos. Regina afirmou: "O que eles fizeram, na verdade, não é um laudo. É simplesmente uma cópia do BO."
O médico-legista responsável, Riscalla Brunetti Cassis, já enfrentava problemas com a entrega de laudos e tinha um histórico de 591 laudos pendentes. A situação se agravou com a Operação Escudo e a Operação Verão, que resultaram em um alto número de mortes pela polícia. A chefia do IML decidiu emitir laudos sem as informações necessárias devido à falta de colaboração do legista.
A defesa de Regina estuda a possibilidade de exumar o corpo de João Lucas para dar continuidade à investigação. A Promotoria já solicitou o arquivamento do caso. A advogada Keila Mota declarou: "O Estado matou o filho dela, não fez o exame que deveria e agora quer arquivar a investigação." Regina expressou sua revolta: "Acabou com a minha vida, com tudo isso que aconteceu."
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