13 de mai 2025
Bolsonarismo defende democracia enquanto busca fechar instituições e instaurar tutela militar
Bolsonaristas defendem a democracia, mas apoiam o fechamento do STF e tutela militar, revelando um paradoxo nas suas crenças políticas.
Destruição causada por bolsonaristas vista a partir do Palácio do Planalto, em Brasília, no episódio que ficou conhecido como os ataques golpistas de 8 de janeiro (Foto: Gabriela Biló/Folhapress)
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O Brasil, após duas décadas de regime autoritário, redemocratizou-se com a Constituição de mil novecentos e oitenta e oito. No entanto, a ascensão de líderes da extrema direita, como Jair Bolsonaro, levanta preocupações sobre a estabilidade democrática.
Pesquisas recentes indicam que, apesar de a maioria dos apoiadores de Bolsonaro defender a democracia, muitos também apoiam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma tutela militar. Esse paradoxo revela uma visão distorcida do regime político.
Uma pesquisa qualitativa, com mais de dezessete horas de entrevistas com bolsonaristas de diferentes faixas etárias e de renda, mostra que eles consideram a democracia a melhor forma de governo. Contudo, a mesma maioria que defende a democracia também acredita que o Brasil vive sob uma ditadura imposta pela alta corte e por progressistas.
A retórica da extrema direita se baseia em um discurso moral, apresentando uma luta entre o bem e o mal. Essa estratégia visa transformar valores e visões estabelecidas, criando um conflito entre as perspectivas antissistema e sistema. A citação de João 8:32 por Bolsonaro exemplifica essa conexão com os cristãos e reforça seu fundamentalismo político.
A situação atual reflete um cenário em que autoritarismos tentam se disfarçar de democracia, explorando brechas políticas. A relativização da democracia, como mencionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à Venezuela, pode enfraquecer ainda mais o pacto constitucional de mil novecentos e oitenta e oito.
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