Agentes de imigração usam táticas controversas para prender brasileira em Massachusetts

Agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) prenderam a brasileira Rosane Ferreira de Oliveira, de 40 anos, em Worcester, Massachusetts, na última quinta-feira, dia 8. A abordagem envolveu suas filhas, gerando protestos na comunidade local.

O ICE alega que Rosane é uma "criminosa violenta" devido a uma suposta agressão, mas sua filha, Augusta Clara, contesta essa versão, afirmando que se tratou de um mal-entendido familiar. Augusta, de 21 anos, teme ser deportada, pois está no país com base em uma ação diferida, que concede vistos temporários a imigrantes que chegaram ilegalmente na infância.

Durante a prisão, agentes do ICE interceptaram Augusta e sua irmã de 17 anos, além de um bebê de três meses. Augusta ligou para a mãe, alertando sobre a abordagem. Rosane saiu de casa para buscar a criança e foi detida na rua, enquanto os agentes abandonaram a tentativa de prender Augusta. O advogado de Augusta, Andrew Lattarulo, afirmou que a situação foi mal interpretada e que a acusação de agressão não corresponde ao que realmente ocorreu.

Confusão e Protestos

A prisão de Rosane causou tumulto na vizinhança, com cerca de 25 pessoas se mobilizando para impedir a ação dos agentes. A polícia de Worcester foi chamada para controlar a situação, que envolveu confrontos entre manifestantes e autoridades. Uma das filhas de Rosane foi detida por perturbar a paz e resistir à prisão, mas o recém-nascido não se feriu.

O administrador municipal, Eric Batista, expressou preocupação com a situação, destacando que a cidade não colabora com detenções civis do ICE, mas não pode interferir nas ações federais. O ICE também criticou a vereadora Ethel Hazhiai, acusando-a de incitar o caos durante a operação.

Contexto Familiar

A família de Rosane vive nos Estados Unidos desde 2022. Augusta relatou que seu namorado foi detido um dia antes da prisão da mãe, após um incidente no trânsito. Ela afirmou que está hospedada com amigos, temendo retornar para casa e recuperar seus pertences. O Departamento de Segurança Interna defendeu a prisão de Rosane, alegando que ela já havia sido presa anteriormente por agressão. A situação continua a gerar tensão e protestos na comunidade.