Política

Polícias apreendem armas feitas com impressoras 3D em quatro estados brasileiros

A apreensão de armas impressas em 3D em quatro estados brasileiros revela uma nova ameaça à segurança pública e lacunas na legislação.

Impressoras 3D, componentes plásticos e carregadores foram apreendidos pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul em uma fábrica clandestina montada em condomínio de São Leopoldo. (Foto: Reprodução/PCRS)

Impressoras 3D, componentes plásticos e carregadores foram apreendidos pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul em uma fábrica clandestina montada em condomínio de São Leopoldo. (Foto: Reprodução/PCRS)

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Recentemente, polícias de quatro estados brasileiros apreenderam armas fabricadas com impressoras 3D, revelando uma nova ameaça à segurança pública. As apreensões ocorreram no Rio Grande do Sul, Pará, São Paulo e Goiás, destacando lacunas na legislação e na capacidade de monitoramento.

As ocorrências, ainda pontuais, mostram que a tecnologia está sendo utilizada fora do circuito experimental. No Rio Grande do Sul, a Polícia Civil encontrou uma fábrica clandestina em São Leopoldo, onde foram apreendidas quatro impressoras 3D, um computador e 59 carregadores de pistola, totalizando cerca de R$ 30 mil. No Pará, três fuzis impressos em 3D foram confiscados junto a 53 quilos de skunk em uma operação da Polícia Rodoviária Federal.

Em São Paulo, um homem foi preso por fabricar armas caseiras em Araraquara, com a Polícia Federal apreendendo componentes impressos e arquivos digitais com instruções de montagem. Em Goiás, a Operação Última Impressão revelou a produção de armas na capital, com o suspeito divulgando informações sobre fabricação e aquisição de insumos pela internet.

Crescimento da Ameaça

O uso de impressoras 3D para fabricar armas, embora ainda limitado, representa uma ameaça real. Roberto Uchôa, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que a tecnologia tem atraído indivíduos e pequenos grupos, que veem na impressão 3D uma forma barata e silenciosa de produzir armamento. As impressoras são usadas principalmente para criar peças plásticas, que são acopladas a partes metálicas adquiridas separadamente.

As armas impressas, conhecidas como "ghost guns" (armas-fantasmas), apresentam um desafio para as autoridades devido à falta de numeração que dificulta o rastreamento. Apesar de não haver evidências de uso massivo por facções criminosas, a facilidade de acesso e o custo reduzido tornam essa prática preocupante.

Lacunas Legais e Desafios

O Brasil ainda opera com normas que não acompanham a evolução do problema. O Estatuto do Desarmamento proíbe a fabricação de armas sem autorização, mas não aborda o compartilhamento de arquivos digitais ou a impressão de peças em casa. As forças de segurança enfrentam desafios técnicos, como a falta de recursos humanos especializados e ferramentas adequadas para monitorar impressoras 3D.

Uchôa alerta que a combinação de lacunas legais e falhas operacionais cria um cenário de vulnerabilidade. A crescente tecnologia de impressão 3D e a dificuldade de regulamentação podem ampliar os riscos associados à fabricação de armas no país.

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