Política

Polarização e conservadorismo se intensificam além da figura de Bolsonaro

A polarização política entre gêneros no Brasil se intensifica, com mulheres da geração Z adotando posturas progressistas e homens, conservadoras. Alice Evans, pesquisadora do King's College, aponta que o uso excessivo de redes sociais e a influência das igrejas evangélicas são fatores que agravam essa divisão. Evans destaca que as "câmaras de eco" ideológicas, onde as pessoas consomem apenas conteúdos que reforçam suas crenças, contribuem para essa polarização. Enquanto as mulheres buscam empoderamento, os homens são expostos a narrativas que associam o avanço feminino ao fracasso masculino. A desigualdade de gênero no Brasil é complexa, afetando mulheres de diferentes classes sociais de maneiras distintas. Mulheres em situação de vulnerabilidade enfrentam desafios como a falta de acesso a empregos e a responsabilidade de cuidar dos filhos. Em contrapartida, mulheres da elite, embora também enfrentem disparidades salariais, têm mais recursos e oportunidades. A violência, especialmente em áreas de alta criminalidade, impacta as perspectivas dos jovens, levando muitos a ver a criminalidade como uma alternativa viável. Evans defende que combater a violência é crucial para reduzir desigualdades de gênero e promover um ambiente mais igualitário. O consumo de conteúdo digital também molda as visões da geração Z, com mulheres se inclinando a narrativas progressistas e homens se identificando com conteúdos que reforçam a masculinidade tradicional. A pesquisadora conclui que a transformação social requer um esforço conjunto para enfrentar a violência e promover a igualdade, enfatizando a necessidade de desconstruir estereótipos e fomentar um diálogo aberto sobre gênero e masculinidade. **Linha fina:** Polarização de gênero na geração Z brasileira se intensifica; redes sociais e igrejas evangélicas são fatores chave.

Foto:Reprodução

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Alice Evans, pesquisadora do King's College, revelou que a polarização política entre gêneros está se intensificando, especialmente entre a geração Z no Brasil. Em entrevista à Folha, ela destacou que mulheres tendem a ser mais progressistas, enquanto homens apresentam uma postura conservadora. Essa dinâmica é influenciada pelo uso excessivo de redes sociais e pela crescente presença de igrejas evangélicas.

Durante sua pesquisa, Evans observou que a imersão em "câmaras de eco" ideológicas, onde indivíduos consomem apenas conteúdos que reforçam suas crenças, contribui para essa polarização. Ela enfatizou que, enquanto mulheres buscam empoderamento, homens são expostos a narrativas que associam a ascensão feminina ao fracasso masculino. No Brasil, esse fenômeno é exacerbado pela influência das igrejas evangélicas, que promovem um discurso patriarcal e limitam o avanço do feminismo.

Desigualdade de Gênero

A desigualdade de gênero no Brasil é complexa e varia entre diferentes classes sociais. Mulheres em situação de vulnerabilidade enfrentam desafios significativos, como a falta de acesso a empregos formais e a necessidade de cuidar de filhos. Em contraste, mulheres da elite, apesar de também enfrentarem disparidades salariais, têm mais recursos e oportunidades.

Evans também abordou a questão da violência, que impacta diretamente as perspectivas de jovens em áreas de alta criminalidade. A falta de segurança e oportunidades pode levar à criminalidade como uma alternativa viável. A pesquisadora defende que o combate à violência é essencial para reduzir desigualdades de gênero e promover um ambiente mais igualitário.

Impacto das Redes Sociais

A pesquisadora notou que o consumo de conteúdo digital está moldando as visões de mundo da geração Z. Mulheres jovens estão cada vez mais atraídas por narrativas progressistas, enquanto homens tendem a se identificar com conteúdos que reforçam a masculinidade tradicional. Essa diferença de consumo cultural pode ser um fator que contribui para a polarização política.

Evans conclui que a mudança nas dinâmicas de gênero e a redução da polarização exigem um esforço conjunto para enfrentar a violência e promover a igualdade. A transformação social é um processo complexo, que requer a desconstrução de estereótipos e a promoção de um diálogo aberto sobre gênero e masculinidade.

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