17 de mai 2025
Ex-presidentes da América do Sul enfrentam prisões por corrupção e ataques à democracia
A prisão de ex presidentes na América do Sul revela a fragilidade das instituições democráticas e a politização da Justiça na região.
O ex-presidente Fernando Collor, durante o mandato de senador (Foto: Pedro Ladeira - 24.ago.15/Folhapress)
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A América do Sul tem enfrentado um aumento no número de ex-presidentes presos, refletindo a instabilidade política da região. Nos últimos 24 anos, pelo menos 20 ex-mandatários foram detidos, principalmente por corrupção e ataques à democracia. Recentemente, o ex-presidente Fernando Collor foi preso, e Jair Bolsonaro pode ser condenado em um julgamento previsto para este ano.
Especialistas analisam essa situação, destacando que a maior eficiência da Justiça é positiva, mas também suscita preocupações sobre sua politização. O professor de direito da Universidade Federal do Espírito Santo, Ricardo Gueiros, observa que a prisão de ex-presidentes indica um avanço democrático, onde "ninguém está acima da lei". No entanto, ele alerta que, em contextos de instabilidade política, o Judiciário pode se tornar um ator político, usado para eliminar adversários.
O Brasil exemplifica essa tendência, com três ex-presidentes presos por corrupção neste século: Luiz Inácio Lula da Silva, Michel Temer e Fernando Collor. A politização da Justiça é um tema recorrente, com casos como a operação Lava Jato, que levantou questões sobre o uso da Justiça para fins políticos.
Flavia Loss de Araujo, professora de relações internacionais, destaca que a corrupção é um problema significativo na América do Sul. Ela aponta que presidentes frequentemente enfrentam investigações após deixarem o cargo, o que pode ser utilizado como ferramenta política.
Lucas Damasceno, especialista em política latino-americana, argumenta que a frequência das prisões de ex-presidentes não indica um fortalecimento da Justiça, mas sim sua cooptação. Ele cita o Equador como exemplo de um sistema político instável, onde a tradição de prender ex-presidentes se tornou comum. Para ele, o ideal seria reformar as instituições para evitar abusos de poder e proteger a democracia.
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