20 de mai 2025

Ação do crime organizado investiga adulteração de até 24% do diesel em estados
Em 2024, a adulteração de diesel chega a 24% em alguns estados, com Alagoas no topo. Investigação revela domínio do crime organizado em 941 postos.
Foto:Reprodução
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Em 2024, até 24% do diesel utilizado em caminhões em alguns estados brasileiros foi identificado como adulterado. Alagoas lidera os índices, enquanto autoridades investigam 941 postos em 22 estados, revelando a infiltração de facções criminosas no setor.
O levantamento realizado pelo Instituto Combustíveis Legal (ICL) com dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta que Alagoas, Mato Grosso do Sul, Amapá, Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo apresentam os maiores índices de adulteração. A prática compromete a segurança dos veículos e gera impactos econômicos e ambientais significativos.
A adulteração de combustíveis, que envolve a adição ou retirada de componentes, visa obter vantagens financeiras. No diesel, a redução do percentual de biodiesel, que deve ser de 14%, é uma prática comum. Já na gasolina, a adição de etanol e metanol é frequente, sendo este último altamente tóxico e proibido no Brasil.
Investigação e Crime Organizado
As investigações revelam que o crime organizado está presente em 941 postos de combustíveis, com indícios de domínio por facções como PCC, Comando Vermelho e Família do Norte. Milícias também estão envolvidas. O Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, coordenado pelo Ministério da Justiça, está mapeando essas atividades.
Marivaldo Pereira, secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, destacou que medidas estão sendo avaliadas para aumentar a transparência e coibir a adulteração. Entre as propostas, está o cruzamento de dados sobre a entrada e saída de combustíveis nos postos.
Um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indica que o crime organizado lucra mais com combustíveis do que com cocaína, gerando uma receita de R$ 61,5 bilhões. A Operação Boyle, do Gaeco em parceria com a Polícia Federal, identificou grupos ligados ao PCC envolvidos na adulteração de combustíveis, incluindo a criação de empresas de fachada para lavagem de dinheiro.
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