Ronnie Lessa e Cristiano Girão são condenados a penas máximas por duplo homicídio no Rio

Ronnie Lessa, ex-policial militar, e Cristiano Girão, ex-vereador do Rio de Janeiro, foram condenados a penas severas por um duplo homicídio ocorrido em 2014. O julgamento, realizado no 3º Tribunal do Júri, sob a presidência da juíza Tula Correa de Mello, resultou em 90 anos de prisão para Lessa e 45 anos para Girão, ambos em regime fechado.

As condenações estão ligadas à morte do ex-policial André Henrique da Silva Souza, conhecido como Zóio, e sua esposa, Juliana Sales Oliveira. O crime aconteceu em 14 de junho de 2014, quando o casal foi emboscado e atacado com mais de 30 tiros de fuzil. A decisão judicial destacou a brutalidade do ataque, que não deu chance de defesa às vítimas.

Implicações no Caso Marielle Franco

As defesas de Lessa e Girão pretendem usar essa condenação para contestar a delação de Lessa no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, ocorridos em 2018. Os advogados argumentam que a delação é inconsistente e que Lessa mentiu ao afirmar não conhecer Girão. O advogado Cleber Lopes afirmou que buscará a anulação da delação, alegando que ela não possui eficácia.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) já havia indicado que Girão era o mandante do homicídio de Zóio, motivado por disputas de controle territorial na milícia da Gardênia Azul. A relação entre Lessa e Girão foi reforçada durante o julgamento, onde a juíza ressaltou a gravidade dos crimes cometidos.

Detalhes do Julgamento

O julgamento de Lessa e Girão ocorreu por videoconferência, e ambos já estavam presos. Lessa, que já cumpre pena pela morte de Marielle, e Girão, que estava detido por outros crimes, devem cumprir 30 anos de prisão, que é a pena máxima permitida no Brasil. A decisão do júri foi unânime, considerando as circunstâncias brutais do crime.

As defesas de outros réus no caso Marielle também se baseiam na delação de Lessa, que pode ser contestada com as novas informações do julgamento. O caso continua a ser um ponto focal nas investigações sobre a violência e a corrupção no Rio de Janeiro, refletindo a complexidade do crime organizado na região.