STF ouve Mourão, comandante da Marinha e Aldo Rebelo sobre trama golpista

BRASÍLIA – O ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão, o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, e o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo prestarão depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 23. A audiência investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, com foco na participação das Forças Armadas no dia 8 de janeiro.

Os depoimentos visam esclarecer alegações de que a Marinha teria deixado tropas à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro para um possível intento golpista. O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Junior, já apontou a Marinha como uma das forças envolvidas. A audiência contará também com testemunhas como o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o general Walter Braga Netto, ambos réus no processo.

Detalhes da Audiência

Mourão, que foi o responsável pelo último discurso da gestão Bolsonaro, em 31 de dezembro de 2022, será ouvido como testemunha do general Heleno e de outros réus. Em seu pronunciamento, Mourão pediu aos bolsonaristas que lutassem "pela preservação da democracia". Aldo Rebelo, que já foi ministro da Defesa em governos petistas, também foi indicado por Garnier, ex-comandante da Marinha e réu no caso.

A audiência promete ser longa, com depoimentos se estendendo pela manhã e tarde. O STF já ouviu outras testemunhas, como Baptista Junior e o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, que confirmaram conversas com Bolsonaro sobre tentativas de reverter o resultado eleitoral que favoreceu Luiz Inácio Lula da Silva.

Expectativas e Implicações

A continuidade das investigações pode trazer novos elementos ao caso, que já atraiu atenção significativa da mídia e da opinião pública. A audiência desta sexta-feira é um desdobramento crucial na ação penal, que envolve figuras proeminentes do governo anterior e investiga uma trama golpista. O desfecho dessas audiências poderá impactar a percepção pública sobre a atuação das Forças Armadas e a estabilidade política no Brasil.