25 de mai 2025
Conflito em Camarões deixa viúva e milhares de famílias em luto e desespero
Conflito em Camarões se agrava com a morte de Johnson Mabia e colegas, revelando a brutalidade da luta por independência nas regiões anglófonas.
Foto: Reprodução
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A luta pela independência nas regiões anglófonas de Camarões continua a deixar um rastro de dor e violência. Recentemente, a morte de Johnson Mabia, sequestrado por separatistas, e a descoberta dos corpos de seus colegas, evidenciam a brutalidade do conflito que já resultou em milhares de mortes.
Johnson, um servidor público de língua inglesa, foi capturado durante uma viagem de trabalho. Sua esposa, Ngabi Dora Tue, recebeu um pedido de resgate de mais de R$ 300 mil, mas, poucos dias depois, foi informada sobre sua morte. "Meu marido não está mais aqui", disse Dora, visivelmente abalada. O corpo de Johnson foi encontrado decapitado, um ato que reflete a crescente violência na região.
O conflito, que se intensificou desde 2016, começou com protestos pacíficos contra a imposição do sistema jurídico francófono nas regiões anglófonas. A resposta violenta do governo levou à formação de grupos armados separatistas, que buscam a independência das regiões de língua inglesa. Desde então, cerca de seis mil pessoas perderam a vida e centenas de milhares foram deslocadas.
As atrocidades não são exclusivas dos separatistas. Organizações de direitos humanos documentaram a resposta brutal das forças de segurança, incluindo torturas e execuções. Um ex-detento relatou ter sido torturado após ser acusado de apoiar os separatistas, e descobriu que seu amigo havia morrido sob custódia.
A situação se agrava com a proibição de educação imposta por alguns grupos separatistas, que consideram as escolas como ferramentas de propaganda do governo. Em um ataque em 2020, ao menos sete crianças foram mortas, gerando indignação internacional. Atualmente, quase metade das escolas na região está fechada, comprometendo o futuro de uma geração.
Enquanto isso, novos grupos militantes surgem para combater os separatistas, complicando ainda mais a situação. O ciclo de sequestros e execuções continua, deixando famílias devastadas. Para Ngabi Dora, a incerteza do futuro é esmagadora. "Eu pensei em vender meu corpo por dinheiro", desabafou, refletindo sobre a difícil realidade que enfrenta após a perda do marido.
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