Política

Congresso debate 'narcocídio' como novo tipo de crime no Brasil

Senado aprova projeto que cria o crime de "narcocídio", com penas de até 30 anos, gerando polêmica sobre sua eficácia e constitucionalidade.

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A CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado brasileiro aprovou um projeto que institui o crime de "narcocídio", prevendo penas de até 30 anos para homicídios e lesões corporais relacionadas ao tráfico de drogas. A proposta, de autoria do senador Jayme Campos (União-MT) e relatada por Sergio Moro (União-PR), gerou críticas de juristas que questionam sua eficácia e constitucionalidade.

O novo tipo penal visa punir crimes cometidos para garantir o lucro ou a continuidade das atividades do tráfico. Além do narcocídio, o projeto inclui a figura da "coação criminosa no tráfico", com penas variando de 4 a 30 anos, dependendo da gravidade da violência. As condutas seriam classificadas como crimes hediondos, alterando a forma como homicídios e lesões corporais são tratados atualmente.

Juristas como Guilherme Gama criticam a proposta, afirmando que ela é desnecessária e pode agravar a crise carcerária. Para ele, a motivação ligada ao tráfico já é considerada agravante nos tribunais, e a criação de um novo tipo penal apenas duplica normas existentes. Jenifer Moraes, doutoranda em direito penal, também considera a proposta redundante, afirmando que o que se chama de narcocídio já é previsto como lesão corporal seguida de morte no Código Penal.

Críticas e Implicações

A professora Fernanda Garcia Escane alerta que o projeto pode violar princípios constitucionais, como a proporcionalidade e a individualização da pena. Ela critica a linguagem vaga utilizada no texto, que pode levar a interpretações excessivamente amplas. A proposta, segundo ela, reflete uma política punitivista que não resolve as causas da criminalidade.

O relator Sergio Moro defende que o projeto é uma resposta eficaz à violência associada ao tráfico de drogas. O senador Jayme Campos destaca que a proposta surgiu de um grupo de juízes de Mato Grosso, onde o tráfico tem crescido devido à proximidade com a fronteira seca com a Bolívia. A matéria agora segue para análise na Câmara dos Deputados, a menos que haja um recurso para votação em plenário.

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