26 de mai 2025

Influencers ganham destaque ao exibir animais selvagens como animais de estimação
A apreensão da capivara Filó pelo Ibama gerou polêmica e impulsionou a carreira do influenciador Agenor Tupinambá, que agora acumula milhões de seguidores. O caso também provocou críticas ao órgão ambiental e resultou em um projeto de lei que busca descriminalizar a posse de animais silvestres não ameaçados. A situação evidencia a crescente exploração de animais nas redes sociais e suas consequências, incluindo ameaças a servidores do Ibama após novas apreensões.
Foto:Reprodução
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O influenciador digital Agenor Tupinambá, de 25 anos, ganhou notoriedade em 2023 após a apreensão de sua capivara, Filó, pelo Ibama. O órgão alegou que o animal era exposto de forma inadequada nas redes sociais e mantido em condições impróprias. Após um processo judicial, Agenor conseguiu a guarda de Filó, com o juiz afirmando que o animal "vive em perfeita e respeitosa simbiose com a floresta".
Atualmente, Tupinambá acumula 1,7 milhão de seguidores no Instagram e 1,8 milhão no TikTok, onde trabalha com publicidade e contratos. O Ibama, por sua vez, enfrenta críticas e ameaças após apreensões de animais silvestres, especialmente de influenciadores que promovem a posse inadequada de animais.
O caso de Filó não apenas alavancou a carreira de Agenor, mas também gerou um projeto de lei na Câmara dos Deputados que descriminaliza a posse de animais silvestres não ameaçados. O projeto aguarda votação na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Críticas ao Ibama
O desfecho do caso Filó é visto como uma "mensagem equivocada" para a sociedade, segundo um servidor do Ibama. A cada nova apreensão, surgem comentários negativos nas redes sociais, refletindo a relação emocional que as pessoas têm com influenciadores. O Ibama registrou 175 autos de infração relacionados à exploração de animais silvestres nas redes sociais, com metade das multas ocorrendo nos últimos cinco anos.
Bruno Campos Ramos, chefe-substituto do Núcleo de Fiscalização da Fauna do Ibama, destacou que as redes sociais se tornaram uma nova fonte de lucro para o tráfico de animais. Ele comparou a situação a um artista promovendo produtos, onde o sucesso de influenciadores pode incentivar a busca por animais silvestres.
Ameaças e Repercussões
Recentemente, o Ibama apreendeu uma jaguatirica chamada Pituca, que estava sob os cuidados de uma influenciadora. O caso gerou uma onda de repúdio e ameaças contra servidores do órgão, evidenciando a forte conexão emocional que o público tem com esses influenciadores. O Ibama afirmou que a jaguatirica apresentava problemas de saúde e que a apreensão visava sua recuperação.
O fenômeno do uso de animais silvestres nas redes sociais tem sido objeto de estudo, revelando que vídeos desse tipo atraem milhões de visualizações e geram lucros significativos. Especialistas alertam que essa prática pode incentivar o tráfico de animais e causar danos à saúde dos mesmos.
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