Julgamento de profissionais de saúde pela morte de Maradona é anulado na Argentina

O julgamento de sete profissionais de saúde acusados de negligência na morte de Diego Maradona foi anulado nesta quinta-feira, 29 de maio, na Argentina. A decisão ocorreu após o afastamento da juíza Julieta Makintach, que estava envolvida em um documentário sobre o caso. O juiz Maximiliano Savarino declarou a nulidade do julgamento, que já havia passado por vinte audiências e ouvido mais de quarenta testemunhas.

A anulação foi solicitada pelo Ministério Público e pelos advogados de defesa, que alegaram que a participação de Makintach no documentário comprometeu a imparcialidade do tribunal. O juiz Savarino afirmou que a juíza não atuou de forma objetiva, o que prejudicou as partes envolvidas no processo. A nova fase do julgamento deverá ser reiniciada, o que pode levar meses para ser organizado.

Makintach renunciou ao caso após a exibição de trechos do documentário "Justiça Divina", que a mostrava em situações que poderiam ser interpretadas como uma violação da ética judicial. A juíza negou ter conhecimento sobre o material e expressou seu desejo de que o julgamento prosseguisse sem ela. Os réus, incluindo médicos e enfermeiros, enfrentam acusações de homicídio doloso, que implicam que suas ações poderiam ter contribuído para a morte de Maradona.

Diego Maradona faleceu em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, durante uma internação domiciliar após uma cirurgia neurológica. A equipe médica é acusada de negligência, e se condenados, os réus podem enfrentar penas de oito a 25 anos de prisão. A nova data para o julgamento ainda não foi definida, aguardando a formação de um novo tribunal.