01 de jun 2025
Carlos Fico analisa a influência militar nas rupturas da democracia brasileira
Carlos Fico analisa em novo livro a militarização do governo Bolsonaro e a inédita punição de militares golpistas no Brasil.
Foto: Reprodução
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Carlos Fico, historiador e especialista em ditadura militar no Brasil, lançou o livro "Utopia autoritária brasileira". A obra analisa a militarização do governo de Jair Bolsonaro e a tentativa de golpe em 2023. Fico argumenta que os militares têm um histórico de rupturas constitucionais desde a Proclamação da República.
O livro, publicado pelo selo Crítica da editora Planeta, possui 381 páginas e explora como os militares foram responsáveis por todas as grandes rupturas da legalidade no Brasil, desde 1889 até os eventos que tentaram impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fico destaca a importância do julgamento de militares envolvidos em atos golpistas, um fato inédito na história do país.
Fico defende a aprovação de uma emenda constitucional ao artigo 142, que atribui aos militares a garantia dos poderes constitucionais. Ele critica a interpretação errônea que permite a interferência militar na democracia. O historiador ressalta que a mentalidade autoritária dos militares persiste, mesmo após os fracassos de gestões militares.
Julgamento Inédito
O julgamento de militares acusados de golpismo é um marco histórico. Fico enfatiza que, em mais de 136 anos, nunca houve punição adequada para militares envolvidos em tentativas de golpe. O atual inquérito, conduzido pela Polícia Federal, é um passo significativo em direção à responsabilização.
A possibilidade de condenação sem anistia é vista como essencial para a consolidação da democracia. Fico critica a proposta de anistia, defendida por alguns políticos, e argumenta que a pacificação não deve ser feita à custa da justiça. Ele destaca que a história mostra que anistias anteriores não resultaram em verdadeira paz.
O autor conclui que a mudança na regulamentação da atuação militar é crucial. A clareza nas atribuições dos militares pode evitar futuras interpretações que ameaçam a democracia. O momento atual é considerado um divisor de águas na relação entre civis e militares no Brasil.
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