Suprema Corte da Argentina ordena prisão de Cristina Kirchner por corrupção

A Suprema Corte de Justiça da Argentina decidiu nesta terça-feira, 1º, pela prisão da ex-presidente Cristina Kirchner, após rejeitar um recurso de anulação de sua condenação por corrupção. A decisão unânime dos três juízes confirma a pena de seis anos de prisão imposta em 2022, relacionada ao desvio de verbas públicas em contratos de obras na província de Santa Cruz.

Kirchner, que já havia sido condenada em duas instâncias anteriores, aguardava em liberdade a análise do recurso. Com a nova decisão, a ex-presidente pode ser detida a qualquer momento. Por ter mais de 70 anos, ela pode solicitar a conversão da pena para prisão domiciliar. Além disso, a condenação a torna inelegível, inviabilizando sua candidatura a uma vaga como deputada pela província de Buenos Aires, anunciada por ela na semana passada.

Contexto da Condenação

Cristina Kirchner, que ocupou a presidência de 2007 a 2015 e foi vice-presidente de 2019 a 2023, é a segunda ex-presidente argentina a ser condenada, após Carlos Menem. No entanto, Kirchner é a primeira a enfrentar a prisão. O esquema de corrupção envolve a destinação de centenas de milhões de dólares em contratos de obras públicas para o empresário Lázaro Báez, amigo da família, resultando em projetos frequentemente inacabados.

As investigações apontam que, entre 2003 e 2015, o suposto esquema desviou mais de 5 bilhões de pesos do Estado argentino. O patrimônio de Báez cresceu 12.000% nesse período, enquanto sua empresa teve um aumento de 46.000%. Doze outras pessoas estão envolvidas no caso, incluindo ex-ministros que já foram condenados por corrupção.

Reações e Implicações

Após a decisão, Kirchner alegou ser alvo de uma perseguição política, afirmando que a condenação já estava decidida antes do veredicto. Durante um ato com apoiadores, ela criticou as políticas do atual presidente Javier Milei, afirmando que, mesmo presa, o povo argentino estaria em uma situação ainda pior.

A confirmação da condenação gerou reações diversas no cenário político argentino. O presidente Milei comemorou a decisão, afirmando que a justiça prevaleceu. A condenação de Kirchner pode impactar o futuro do peronismo e a dinâmica política do país, com analistas dividindo opiniões sobre as consequências para sua figura dentro do partido.