14 de jun 2025

Aliados de Bolsonaro adotam estratégia para desacreditar investigação golpista
Aliados de Jair Bolsonaro avaliam anular acordo de delação de Mauro Cid após revelações de possível mentira em depoimento ao STF. A estratégia visa preparar terreno para futuras contestações nas investigações sobre a intentona golpista em Brasília. Mudanças políticas podem favorecer Bolsonaro, especialmente com a expectativa de um candidato de direita nas próximas eleições.
Jair Bolsonaro cumprimenta Mauro Cid durante sessão de interrogatório no STF (Foto: Ton Molina/ STF)
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Aliados de Jair Bolsonaro estão considerando solicitar a anulação do acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid com a Polícia Federal. Essa decisão surge após a revista "Veja" divulgar mensagens que indicam que Cid pode ter mentido em seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF). As mensagens sugerem que ele utilizou um perfil no Instagram para discutir sua delação com um aliado de Bolsonaro.
Apesar dessa movimentação, o entorno de Bolsonaro reconhece que a probabilidade de sucesso é baixa no curto prazo. A estratégia, segundo fontes próximas, é utilizar esse pedido para "envergonhar o processo" e estabelecer bases para futuras contestações nas investigações relacionadas à intentona golpista que resultou na invasão dos três poderes em Brasília.
A expectativa é que mudanças políticas futuras possam favorecer Bolsonaro, especialmente com a possibilidade de um candidato de direita vencer as próximas eleições e alterar a composição do STF. As mensagens reveladas mostram Cid expressando descontentamento com a atuação do ministro Alexandre de Moraes e a falta de apoio de parlamentares próximos a Bolsonaro.
Em uma decisão recente, Moraes determinou que a Meta preserve conteúdos de perfis relacionados ao caso e forneça dados cadastrais em um prazo de 24 horas. Um interlocutor de Bolsonaro acredita que, no futuro, a "teoria Zanin" pode ser utilizada para contestar as investigações, semelhante à estratégia do ex-advogado de Lula contra a Operação Lava-Jato.
Embora a cúpula da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República avaliem que a anulação do acordo não comprometeria as provas já coletadas, ela poderia resultar na perda dos benefícios acordados com o delator.
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