18 de jun 2025

Abin busca informações sobre Flávio Dino para dificultar investigação da PF
Relatório da PF revela manobra da Abin para constranger Flávio Dino e embaraçar investigações sobre crimes da agência.

Flavio Dino durante o segundo dia de julgamento no STF sobre trama golpista (Foto: Antonio Augusto/STF)
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Em um relatório final da investigação sobre a "Abin paralela", a Polícia Federal (PF) revelou que a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, tentou criar um fato político para constranger o ministro Flávio Dino. O objetivo seria embaraçar as investigações sobre crimes cometidos por agentes da Abin durante a administração de Jair Bolsonaro.
A investigação teve início em janeiro de 2023, após reportagens do GLOBO denunciarem o uso indevido do sistema First Mile para monitorar adversários políticos. Flávio Dino, então ministro da Justiça, foi responsável por determinar a apuração do caso. O relatório da PF destaca diálogos entre Alessandro Moretti, ex-diretor-adjunto da Abin, e Marcelo Furtado, ex-diretor do Departamento de Operações, que indicam uma manobra para desviar a atenção das investigações.
Diálogos Reveladores
Em uma conversa ocorrida em outubro de 2023, Furtado compartilhou dados sobre um contrato de aquisição de uma ferramenta de inteligência do governo do Maranhão, onde Dino foi governador. Ele questionou se a ferramenta poderia ser o First Mile ou outra similar. Moretti respondeu que iria verificar, o que, segundo a PF, demonstra envolvimento na tentativa de criar um fato político contra Dino.
O acesso a essa conversa foi possibilitado pela quebra de sigilo autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. O relatório afirma que a mensagem sobre o contrato é uma prova clara da manobra para embaraçar a apuração. Os dois servidores foram afastados de seus cargos por decisão de Moraes no início do ano passado.
Reações e Consequências
Flávio Dino, por meio de sua assessoria, optou por não se manifestar sobre o relatório. A Abin também não comentou as revelações. O caso levanta questões sobre a utilização de ferramentas de inteligência e a ética nas investigações políticas, refletindo um ambiente tenso entre as gestões e as instituições envolvidas.
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