18 de jun 2025


PGR acusa desembargador de SP de corrupção, lavagem de dinheiro e crime organizado
Desembargador Ivo de Almeida é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em esquema de venda de decisões judiciais.
Desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo, é denunciado pela PGR (Foto: Reprodução Tribunal de Justiça)
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa e associação criminosa. A denúncia, que envolve outras quatro pessoas, incluindo seu filho, revela um esquema de compra e venda de decisões judiciais.
De acordo com a PGR, Almeida teria solicitado R$ 65 mil para conceder um habeas corpus e recebido R$ 100 mil para libertar um réu. A investigação aponta que o desembargador ocultou R$ 182.440 em movimentações financeiras entre 2019 e 2022, oriundas de propinas. A operação, chamada Churrascada, foi conduzida pela Polícia Federal e revelou 24 episódios de lavagem de dinheiro.
Detalhes da Denúncia
A denúncia menciona que Almeida utilizou seu cargo para favorecer um ex-policial civil de Minas Gerais, sugerindo estratégias de defesa e obtendo informações sobre seus acusadores. Em 2022, ele também teria patrocinado interesses de três policiais civis, incluindo um delegado do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
A defesa de Almeida, representada pelo advogado Átila Machado, classificou a denúncia como um "rematado absurdo", afirmando que não há provas concretas de venda de decisões. Segundo ele, as testemunhas indicadas pelo Ministério Público são apenas policiais federais que não presenciaram os fatos.
Operação Churrascada
A operação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que agora decidirá sobre a abertura de um processo criminal. Almeida, que está afastado desde junho de 2024, atuava na 1ª Câmara de Direito Criminal do tribunal. As investigações revelaram um esquema de comunicação cifrada entre os envolvidos, utilizando termos como "churrasco" para se referir ao desembargador.
Além disso, a PGR destacou que Almeida utilizou um posto de combustíveis e uma incorporadora para lavar dinheiro. As movimentações financeiras suspeitas indicam um padrão de lavagem, com despesas que superam a renda declarada. A defesa continua a contestar as acusações, mantendo que não existem provas que sustentem as alegações.
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