Política

Homem negro é novamente julgado por condenação relacionada a foto de branco no RJ

Thiago Feijão enfrenta novo julgamento após novas testemunhas contestarem sua condenação, que levanta questões sobre racismo no sistema penal.

Educador físico Thiago Feijão será julgado novamente no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/Instagram)

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Amanhã, Thiago Feijão, um educador físico de 32 anos, será julgado novamente no Rio de Janeiro. Ele foi condenado a 28 anos de prisão por roubo seguido de morte, após ser reconhecido por uma única testemunha que o descreveu como homem branco, apesar de ser negro. O caso levanta questões sobre o viés racial no sistema de Justiça brasileiro.

Em 2015, Thiago foi apontado como autor de um assalto a um mercado em Bento Ribeiro, mas testemunhas afirmam que ele estava a 11 km do local do crime, buscando sua filha na escola. A defesa apresentou provas, incluindo depoimentos da diretora da escola e registros de ligações que comprovam sua localização no momento do crime.

Novas Testemunhas

Duas novas testemunhas, a viúva e a irmã de um dos criminosos envolvidos, afirmaram que a imagem atribuída a Thiago é de outra pessoa. A defesa solicitou uma audiência para antecipação de provas, mas a liberdade de Thiago foi negada novamente. O advogado Carlos Nicodemos Oliveira Silva, do CEAP, destacou o racismo estrutural presente no caso, afirmando que Thiago se encaixa no perfil estigmatizado pelo sistema penal.

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) recomendou a reavaliação de prisões baseadas apenas em reconhecimento fotográfico, dada a alta taxa de erros. Aproximadamente 90% dos presos com base nesse método são negros, segundo dados de 2019. O TJRJ também está aplicando diretrizes do Protocolo para Julgamento com Perspectiva Racial do CNJ.

Contexto Pessoal

Thiago, que cresceu em Lins de Vasconcelos, perdeu o pai em um assalto quando tinha apenas dois anos. Ele ficou preso por dois meses até conseguir um habeas corpus, mas, após um novo mandado de prisão em 2024, decidiu fugir. Sua esposa, Sharon Matos, mãe de três crianças, expressou preocupação com o medo de Thiago retornar à prisão. O novo julgamento, marcado para o dia 25, poderá trazer à tona novas evidências que podem mudar o rumo do caso.

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