Política

Professor defende que redes criminosas devem ser classificadas como terroristas

Michael Miklaucic alerta para a estagnação no combate ao crime organizado e pede uma nova abordagem que reconheça a demanda por atividades ilegais.

Professor americano Michael Miklaucic, da Universidade de Chicago, coordenador da Cátedra Oswaldo Aranha de Segurança e Defesa da USP (Foto: Divulgação/Esem-USP)

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Michael Miklaucic, ex-representante do governo dos EUA e especialista em redes criminosas, destaca a estagnação no combate ao crime organizado transnacional nos últimos 12 anos. Ele propõe uma reavaliação das definições de crime e da demanda por atividades ilegais.

Miklaucic, que atuou em diversas funções governamentais e é atualmente professor na Universidade de Chicago, observa que a falta de progresso se deve à recusa em reconhecer a demanda como um fator crucial. Segundo ele, as autoridades frequentemente focam apenas nos criminosos, ignorando os clientes que sustentam essas atividades.

O especialista menciona que o crime organizado se tornou uma força política em algumas regiões, levando à captura criminosa do Estado. Ele argumenta que a classificação de atividades como criminosas deve evoluir, assim como as tolerâncias sociais e as condições econômicas. O uso de substâncias como a maconha, por exemplo, passou de crime a legal em muitos estados americanos.

Miklaucic também discute a complexidade do cultivo de plantas como coca e papoula, que podem ter usos legítimos. Ele sugere que a abordagem deve considerar as alternativas econômicas disponíveis para as comunidades que dependem dessas culturas.

A Necessidade de Mudança

O professor ressalta que a regulamentação atual não acompanha a inovação química, permitindo que substâncias controladas se tornem ilegais com pequenas alterações. Ele defende que qualquer estratégia de combate ao crime deve reconhecer a demanda por produtos e serviços ilegais.

Miklaucic critica a falta de atenção global ao crime organizado, que foi ofuscada por outras crises internacionais. Ele destaca que o mercado ilícito representa 5% do PIB global, um valor que poderia financiar atividades criminosas em larga escala. Para ele, a educação pública é uma ferramenta essencial para enfrentar esse desafio.

Por fim, ele sugere que a classificação de grupos criminosos como organizações terroristas pode oferecer novas ferramentas para as autoridades, embora isso deva ser feito com respeito à soberania dos países envolvidos. A discussão sobre o crime organizado, segundo Miklaucic, precisa ser mais ampla e coordenada para que haja progresso efetivo.

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