Cid é convocado para novo depoimento à PF sobre acesso a Instagram da Dinamarca

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, é alvo de investigações por supostas violações de sigilo relacionadas à sua delação premiada. A defesa de Cid está elaborando um relatório para contestar as acusações, que indicam que ele teria utilizado um perfil no Instagram para discutir detalhes do acordo de delação.

O documento da defesa deve incluir informações sobre acessos à conta de Instagram a partir de Copenhagen, na Dinamarca, sugerindo a possibilidade de uso por terceiros. Cid deve prestar novo depoimento à Polícia Federal após acareações realizadas nesta terça-feira, 24 de outubro. Em depoimentos anteriores, o militar negou ter conversado sobre sua delação com o advogado Eduardo Kuntz, que representa o coronel Marcelo Câmara, um dos réus do caso.

Detalhes da Investigação

A Meta, empresa responsável pelo Instagram, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um ofício com informações sobre a conta vinculada ao e-mail "maurocid@gmail.com". O perfil foi registrado em 2005 e contém dados que podem ser relevantes para a investigação. Durante o interrogatório no STF, Cid foi questionado sobre o perfil "GabrielaR702", ao qual ele respondeu que não sabia se pertencia à sua esposa, Gabriela.

Mensagens atribuídas a esse perfil, divulgadas pela revista Veja, indicam que Cid expressou preocupações sobre sua delação. Ele negou ter usado a palavra "golpe" em seus depoimentos, embora essa expressão tenha sido associada a ele pelos investigadores. A defesa de Cid solicitou a investigação da conta após a publicação das mensagens.

Desdobramentos Recentes

Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão de Marcelo Câmara e iniciou investigações sobre Kuntz por possível obstrução de Justiça. Moraes destacou que as condutas dos envolvidos indicam uma tentativa de obstruir a investigação. Os dados da Meta revelaram uma conversa entre Kuntz, o perfil "GabrielaR702" e um advogado da equipe de Bolsonaro.

Cid e Bolsonaro são considerados parte do "núcleo crucial" da suposta organização criminosa que teria tentado um golpe de Estado no final de 2022. A situação continua a se desenvolver, com novas revelações surgindo a cada depoimento, enquanto as autoridades monitoram de perto os desdobramentos da investigação.