Política

Garimpo ilegal revela conexões com violações de direitos humanos no Brasil

Estudo revela que garimpo ilegal na Amazônia resulta em 309 casos de tráfico humano, com 57% das vítimas sendo mulheres migrantes.

Rastro de destruição deixada pelo garimpo na Terra Indígena de Sararé (Foto: Fabio Bispo/Greenpeace)

Rastro de destruição deixada pelo garimpo na Terra Indígena de Sararé (Foto: Fabio Bispo/Greenpeace)

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O garimpo ilegal na Amazônia, uma prática histórica desde a colonização, gera graves consequências ambientais e sociais. Um estudo recente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) revela 309 casos de tráfico humano relacionados a essa atividade, com um foco alarmante na violência contra mulheres.

A pesquisa, realizada entre 2022 e 2024, identificou que 57% das vítimas são mulheres migrantes e 78% são brasileiras. O tráfico de mulheres para exploração sexual se destaca como um mercado lucrativo, alimentado pela ausência do Estado. A falta de oportunidades de emprego e renda força muitos a se envolverem no garimpo, que se torna um espaço de exploração e trabalho análogo ao escravo.

Violência e Exploração

Os pesquisadores alertam para a violência psicológica que as vítimas enfrentam, tornando-as mais vulneráveis ao aliciamento. O estudo também aponta para a grave situação de estupros coletivos e o aumento do feminicídio nas áreas afetadas pelo garimpo. A violência não se limita ao local de exploração, pois agressores frequentemente se deslocam para cidades vizinhas, perpetuando o ciclo de violência.

O relatório menciona casos históricos, como o massacre Haximu, em 1993, reconhecido como genocídio contra o povo Yanomami. Em abril de 2022, um caso chocante de estupro e assassinato de uma criança de 12 anos por garimpeiros na Terra Indígena Yanomami trouxe à tona a brutalidade da situação. A invasão de garimpeiros na Amazônia aumentou desde 2018, impulsionada por uma postura governamental que favorece a exploração econômica dos recursos naturais.

Condições de Trabalho

O estudo também revela as condições precárias dos trabalhadores do garimpo, conhecidos como “proletários da lama”. Eles enfrentam jornadas exaustivas, riscos à saúde e a possibilidade de morte, sem direitos trabalhistas. Em caso de falecimento, os corpos muitas vezes são abandonados, sem retorno às famílias.

Os garimpeiros utilizam tecnologia avançada, como helicópteros e dragas, para sustentar uma economia violenta e clandestina. O custo para acessar áreas de garimpo pode ultrapassar R$ 8 mil por pessoa, refletindo a gravidade da exploração e a impunidade que permeia essa prática.

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