29 de jun 2025

Fux altera voto e defende penas reduzidas para réus do 8 de janeiro
Ministro Luiz Fux altera entendimento sobre penas, podendo beneficiar réus dos atos golpistas de 8 de Janeiro, incluindo Jair Bolsonaro.

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux (à esq.) e Alexandre de Moraes durante sessão da Corte (Foto: Cristiano Mariz/O Globo)
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O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), alterou sua posição sobre os julgamentos dos réus dos atos golpistas de 8 de Janeiro. Ele agora defende que os crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito não podem ser cumulativos. Essa mudança pode resultar em penas mais brandas para os condenados.
Fux argumenta que o crime de golpe de Estado abrange o de abolição violenta, permitindo que apenas a pena do primeiro seja aplicada. Essa nova interpretação já influenciou decisões recentes e pode impactar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, previsto para o segundo semestre. A mudança de postura do ministro é vista como uma esperança por parte das defesas dos réus.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, já defendia essa posição desde o início dos julgamentos, mas Fux, até então, acompanhava integralmente o relator, Alexandre de Moraes. O novo entendimento de Fux foi apresentado em 18 ações analisadas nas últimas semanas, e em cinco delas, sua divergência impediu a formação de maioria para a pena proposta por Moraes, que era de 14 anos.
Implicações nos Julgamentos
Nos casos em que Moraes sugeriu penas de 17 anos, Fux propôs 11 anos e seis meses. Em ações com pena de 14 anos, a sugestão foi de nove anos e seis meses. A mudança de Fux também gerou um impasse em algumas decisões, levando a um cálculo médio das penas. O crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito prevê penas de quatro a oito anos, enquanto o golpe de Estado varia de quatro a doze anos.
A nova postura de Fux pode permitir mais recursos para os réus, incluindo Bolsonaro. O ministro Edson Fachin, que tem se mostrado um fiel da balança nos julgamentos, também pode influenciar o resultado final. A possibilidade de discordâncias nas decisões pode ser crucial para a defesa dos réus, que enfrentam acusações de associação criminosa e danos qualificados, além dos crimes principais.
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