02 de jul 2025

Promotoria conclui investigações sobre mortes causadas pela polícia na Baixada Santista
Ministério Público arquiva inquéritos sobre 84 mortes em operações policiais, enquanto famílias pedem reabertura das investigações.

Câmera corporal mostra momento em PM veste luva, logo antes mexer no corpo de Emerson Rogério Telascrea e supostamente encontrar uma arma; caso foi arquivado definitivamente (Foto: Reprodução)
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O Ministério Público de São Paulo decidiu manter arquivados 11 inquéritos que investigavam a conduta de policiais militares nas operações Escudo e Verão, que resultaram em 84 mortes na Baixada Santista. A decisão foi tomada pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Castro, que alegou falta de provas suficientes para prosseguir com as investigações.
As famílias das vítimas, representadas pela Defensoria Pública, solicitaram o desarquivamento dos casos, apontando falhas nas apurações. Até o momento, apenas sete denúncias foram apresentadas, levando 13 policiais à condição de réus. Com o arquivamento, não há mais investigações em andamento relacionadas a essas mortes.
Casos Emblemáticos
Entre os casos arquivados, destaca-se a morte de Emerson Rogério Telascrea, de 33 anos, que foi alvejado por policiais. Imagens de câmeras corporais mostraram que a lente estava bloqueada, mas captaram a frase "Desculpa, senhor", seguida de disparos. Os promotores afirmaram que não havia indícios de que os policiais não agiram em legítima defesa.
Outros casos, como o de Felipe Vieira Nunes, de 30 anos, e Layrton Fernandes da Cruz Vieira de Oliveira, de 22, também foram encerrados sem novas denúncias. A defesa alega que a falta de perícia e a não oitiva de testemunhas comprometeram as investigações. A Defensoria Pública criticou a ausência de provas técnicas e a manipulação de cenas de crime.
Reações e Desdobramentos
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos já havia solicitado ao Brasil medidas de proteção para a família de Layrton, após relatos de ameaças. A investigação da morte de Edneia Fernandes Silva, de 31 anos, também foi arquivada, com a conclusão de que o policial não teve intenção de atingi-la.
O governo de Tarcísio de Freitas defendeu que todos os casos foram rigorosamente investigados, com a análise de mais de 330 filmagens e a oitiva de 92 pessoas. Apesar das alegações de manipulação de provas, o Ministério Público reafirmou que as decisões de arquivamento foram autorizadas pela Justiça.
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