Política

Artisans indianos protestam contra sandálias da Prada que imitam seu trabalho

Artesãos de Kolhapur processam a Prada por apropriação cultural, buscando reconhecimento e proteção legal para suas tradições.

Os primeiros registros das sandálias de Kolhapur datam do século XII. (Foto: BBC)

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A cidade de Kolhapur, na Índia, está no centro de uma controvérsia global, com artesãos locais processando a marca de luxo Prada por apropriação cultural. A disputa surgiu após o lançamento de sandálias que imitam os tradicionais calçados de couro da região, sem reconhecimento das origens.

Os artesãos, que enfrentam condições de trabalho difíceis e competição com produtos sintéticos, estão mobilizados. Sadashiv Sanake, um dos artesãos, relata que leva um dia inteiro para produzir apenas oito a dez pares de sandálias, que são vendidas por cerca de 8 a 10 dólares. Atualmente, apenas 5 mil artesãos permanecem na profissão, lutando para sobreviver em um mercado cada vez mais mecanizado.

A polêmica ganhou força nas redes sociais, levando a Prada a reconhecer a origem das sandálias. Políticos locais e associações de artesanato se uniram aos artesãos na busca por maior reconhecimento e proteção legal. Kavita Gagrani, professora de história, destaca que as sandálias de Kolhapur têm raízes que remontam ao século XII, originalmente feitas pela comunidade marginalizada dos Charmakar.

A indústria de sandálias de Kolhapur, que envolve cerca de 100 mil artesãos em toda a Índia, é avaliada em mais de 200 milhões de dólares. Apesar disso, muitos trabalhadores, como Sunita Satpute, ganham apenas 4 a 5 dólares por dia e enfrentam dificuldades para sustentar suas famílias. A escassez de couro e a concorrência com cópias sintéticas têm pressionado ainda mais os preços.

A controvérsia também levanta questões sobre a proteção dos direitos dos artesãos. Em 2019, as sandálias de Kolhapur receberam a Indicação Geográfica, mas a proteção internacional é limitada. Aishwarya Sandeep, advogada, sugere que a Índia poderia levar a questão à Organização Mundial do Comércio para buscar melhores proteções.

Enquanto isso, Lalit Gandhi, presidente da Câmara de Comércio de Maharashtra, planeja patentear o design das sandálias, buscando um precedente legal. A situação permanece tensa, com um pedido judicial em andamento para que a Prada pague compensações e colabore com os artesãos. A marca afirmou estar em diálogo com a câmara sobre o assunto.

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