Política

Redes sociais utilizam inteligência artificial para explorar síndrome de Down

Especialistas alertam sobre a desumanização de pessoas com síndrome de Down em vídeos sexualizados gerados por IA, enquanto legislação avança.

Segundo especialista, esse tipo de representação promove uma desumanização contínua (Foto: Dado Ruvic - 13.jul.21/Reuters)

Segundo especialista, esse tipo de representação promove uma desumanização contínua (Foto: Dado Ruvic - 13.jul.21/Reuters)

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Vídeos sexualizados com imagens geradas por IA que retratam a síndrome de Down têm gerado polêmica nas redes sociais. Especialistas e influenciadores, como a digital Cacai Bauer, criticam essa prática, que pode ser vista como discurso de ódio e violação de direitos. A situação se agrava com propostas de legislação que visam criminalizar a manipulação digital de imagens.

Nos últimos meses, conteúdos com frases provocativas, como "Você namoraria uma garota com síndrome de Down?", têm circulado nas redes. Nesses vídeos, mulheres com feições alteradas por inteligência artificial aparecem em trajes sensuais, muitas vezes associadas à bandeira do Brasil. Essas imagens, que não representam pessoas reais, são utilizadas para atrair seguidores para perfis pagos na plataforma OnlyFans, onde são oferecidos conteúdos de teor sexual.

A prática levanta preocupações sobre a fetichização e a desumanização de indivíduos com deficiência intelectual. Cacai Bauer, que possui síndrome de Down, denunciou o uso indevido dessas imagens em suas redes sociais. Ela enfatizou que corpos com deficiência não devem ser tratados como fetiches, mas sim como pessoas com identidade e limites.

A manipulação de imagens geradas por IA pode ser enquadrada como crime, embora ainda não exista uma legislação específica no Brasil. O Projeto de Lei 3.821/2024, que visa criminalizar a divulgação de nudez falsa, está em tramitação no Congresso. Especialistas alertam que a prática pode configurar violência sexual, mesmo em ambientes digitais.

A regulamentação do uso da inteligência artificial é um tema em discussão no Brasil. O PL 2.338/2023 busca estabelecer diretrizes para a tecnologia, enquanto a União Europeia já implementou o AI Act/2024, que exige transparência de provedores de IA. A proteção da dignidade e dos direitos fundamentais é central nesse debate, especialmente em relação à exploração de características sensíveis de populações vulneráveis.

A educação sobre o uso responsável da tecnologia é fundamental, especialmente para crianças e adolescentes. Especialistas ressaltam a importância de desenvolver uma compreensão crítica sobre conteúdos gerados por IA, evitando a disseminação de práticas discriminatórias.

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