Operativos ligados à Rússia recrutam trabalhadores para atos terroristas no Reino Unido

Um jovem britânico, Dylan Earl, foi preso por planejar um ataque terrorista em Londres em nome de um grupo vinculado à Rússia. O ataque, que envolveu a queima de um armazém com laços ucranianos, foi orquestrado através de um canal no Telegram chamado “Privet Bot”, associado ao grupo mercenário Wagner. Earl, de 20 anos, buscava uma nova vida e se sentia insatisfeito com suas perspectivas em sua cidade natal.

Em apenas cinco dias após entrar em contato com o bot, Earl organizou o ataque, que causou danos superiores a £1 milhão. Ele recrutou outros homens, incluindo Jake Reeves, que também foi preso e se declarou culpado de acusações relacionadas ao ato. O tribunal de Londres ouviu que a conta “Privet Bot” incentivava cidadãos europeus a se unirem à “resistência” contra os aliados da Ucrânia.

A estratégia russa de utilizar indivíduos de baixo nível, como Earl e seus cúmplices, reflete uma nova abordagem na guerra de desestabilização na Europa. Especialistas afirmam que essa tática é uma adaptação à falta de agentes bem treinados, aproveitando-se de uma rede de criminosos dispostos a agir por dinheiro. O chefe do MI5, Ken McCallum, alertou que a Rússia está em uma “missão para gerar caos nas ruas britânicas e europeias”.

O julgamento revelou que os ataques orquestrados por esses grupos têm como objetivo criar uma sensação de instabilidade na Europa. Entre 2022 e 2024, o número de ataques atribuídos à Rússia quadruplicou, incluindo incêndios em centros comerciais e vandalismos em diversos países. A falta de uma resposta unificada da Europa permite que a Rússia atue com impunidade, segundo analistas.

Earl e seus cúmplices, que buscavam recompensas financeiras, foram considerados traidores por suas ações. O caso destaca a dificuldade da Europa em lidar com novas formas de sabotagem, enquanto a Rússia continua a explorar a vulnerabilidade de seus adversários. A sentença de Earl e dos outros envolvidos será definida em breve, mas a preocupação com a segurança na região permanece alta.