Política

Pastor é demitido e readmitido após polêmica sobre Judas e interpretação teológica

Pastor Valdinei Ferreira é readmitido após demissão polêmica por artigo sobre Judas, revelando divisões na Igreja Presbiteriana.

O pastor Valdinei Ferreira: resistir ao autoritarismo que contaminou as igrejas evangélicas sem discurso de ódio (Foto: Divulgação)

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O pastor presbiteriano Valdinei Ferreira foi demitido da Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB) após a publicação de um artigo polêmico no jornal Folha de S.Paulo. O texto, intitulado “Judas traiu Jesus ou Jesus traiu Judas”, gerou forte reação nas redes sociais, especialmente entre grupos conservadores. Ferreira argumentou que Judas entregou Jesus acreditando que ele se revelaria como o messias libertador.

A demissão ocorreu em 23 de abril de 2025, após um linchamento virtual liderado por Filipe Sabará, ex-secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. O pastor, que lecionava há 25 anos, afirmou que sua dispensa foi sem justa causa e que o artigo foi o motivo principal. Ele criticou a crescente instrumentalização política da religião dentro da igreja, destacando um clima de medo entre os pastores.

Readmissão e Protestos

Após protestos de alunos e apoio de colegas, Ferreira foi readmitido na instituição. A justificativa apresentada foi que ele estava a apenas dezoito meses da aposentadoria. O pastor considerou essa decisão uma forma de recuo da faculdade, sem abordar diretamente o motivo da demissão. Ele ressaltou a importância do apoio recebido de membros da igreja e alunos, que se mobilizaram contra a arbitrariedade.

Ferreira, que é doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), observou que a adesão ao bolsonarismo é mais forte em igrejas históricas como a presbiteriana do que nas pentecostais. Ele afirmou que a argumentação sobre a perda de espaço do cristianismo na sociedade é comum entre essas denominações, que buscam recuperar influência política.

Desdobramentos e Reflexões

O pastor acredita que é possível resistir ao autoritarismo político que permeia as igrejas evangélicas, mas enfatiza que essa resistência deve ser feita com amor, evitando discursos de ódio. Ferreira também criticou a ideia de que apenas os fundamentalistas têm a verdade, afirmando que “Deus não é propriedade deles”. Em 2022, ele participou de atos em apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, destacando a necessidade de um diálogo claro entre o governo e os evangélicos, sem a instrumentalização da religião.

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